Odores

Andei lendo em alguns blogs o tal do meme que fala das coisas que mais irritam a pessoa. Os ítens são bem variados, cada um com suas aversões e irritações peculiares. É claro que alguns se repetem, como filas e trânsito, que tiram qualquer um do sério, mas a verdade é que cada pessoa tem seus desgostos de acordo com a personalidade.
Pra ser sincero, não me irrito com facilidade. Normalmente, conto os botões da minha camisa três vezes quando percebo que algo vai me tirar do sério. Como uso pouquíssimas roupas com botão, apelo pra respiração cachorrinho, conto até dez, enfim, me valho de uma válvula de escape que não me faça perder as estribeiras.
A cara feia, no entanto, é inevitável. Sou o "senhor cara amarrada", é impressionante. Ontem, enquanto o barbeiro tosava minha juba, eu fitava meu semblante de esfinge frente ao espelho. Por mais que eu quisesse ter uma expressão simpática, tudo o que eu via era uma versão branca do Hulk, com uma cara de quem chupou limão azedo. Deve ser por isso que o cara nunca puxa assunto comigo quando vou lá.
Entre as coisas que me torram meu humor em segundos, eu citaria o desagradável cheiro de gordura dentro de um recinto fechado. Pastel, xis, cheiro de comida frita, principalmente no ambiente de trabalho, degringola meu semblante. Agora mesmo, quando deu o intervalo do lanche aqui na empresa, entrou um cidadão na minha sala comendo um pastel. Até minhas canetas estão com aquele fedor de carne, um bodum de gordura que infestou este recinto às 9 da manhã e que parece que insiste em perseguir justo as minhas narinas, já fartas de tanto colesterol que aspiram neste momento.
Ano passado, isso era constante. Eu chegava de manhã no serviço, e meu colega acabara de degustar um delicioso pastel de frango, cujo cheiro impregnava prontamente em cada objeto da sala e achatava meu humor até o fim da manhã, quando, à base de muitas orações, o fedor desaparecia. Pra piorar, o bocoió de mola do Antônio relutava em pedir gentilmente ao rapaz que fizesse sua boquinha fora do ambiente de trabalho, o que me fez passar longe de pastéis de frango por um bom tempo.
É claro que, se recordarmos Murphy, podemos dizer que ainda há meios de agravar a situação. Sim, há. Não contente com o aroma gorduroso que paira sobre meus cabelos recém cortados, meu outro colega de sala contribui com outros tipos de cheiro, se é que me entendem. Eu diria que é o efeito dos pastéis da vida pós jornada pelo intestino, que resulta no que de mais torturante pode haver para um pobre nariz em perfeitas condições olfativas.
Sádico, ele ainda dá aquela famosa erguidinha de perna, produzindo graves que causariam inveja em qualquer baixo do coral. Não bastasse isso, o ventilador fica ligado justamente na minha direção, trazendo a podridão às minhas vias nasais numa velocidade meteórica e afetando seriamente minhas faculdades mentais.
Restam-me as máscaras de oxigênio. Resignado, sigo agüentando essa tortura diária e que não dá sinais de término. Por via das dúvidas, incluirei uma boa porção de rabanete, ovo em conserva e repolho em minha dieta, porque a melhor defesa é o ataque. É como diz o ditado, "boi lerdo bebe água suja".

11 comentários:

  1. nossa....
    cheiro de gordura com essa misturança aí...
    cuidado, o seu ataque pode ser fatal pra vc mesmo, por causa do ventilador, que eh virado pra vc.......

    kkkkkkkkkkkkkkkkkk

    adorei esse post!!

    Ah, te linkei no meu blog!!! Abraços!!

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  2. Ai Antonio.. falar de peido hoje foi desagradável. ecaaaa! =p

    A propósito. A coisa que mais te irrita não são odores e isso aprendi bem na minha ultima jornada pelo blog.

    São GRITOS, BERROS e pessoas que não sabem o tom correto na hora de falar. RAAA! acertei né? =D

    beeeeijo!! ;**

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  3. vixe maria, agora ele misturou foi tudo aí.

    heheheheh

    adorei o post. vou usar óculos. gosto de azul.

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  4. O que me irrita é gente lerda.
    Entre outras coisas.
    Hehehe

    Beijosss Antônio!

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  5. Ai, sinceramente? Eu não ia gostar de trabalhar com uma pessoa assim. Para mim não ia ter graça alguma.
    Bjitos!

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  6. Eeeca Antônio! Fiquei com dó de vc agora!
    Acho que cheiro (os ruins) é uma coisa que irrita a grande maioria das pessoas não é?!
    Eu também tenho minha face mutável quando sinto algo do tipo. Tolerância Zeero!

    um beijo

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  7. Muito bom. O pior é que fedor em lugar fechado, no abafado é muito ruim. Também odeio. Mas eu sou uma pessoa mais chata e reclamo mesmo.

    Bjo

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  8. Tudo podia ser pior, por exemplo se o peidorrero fosse seu chefe... dá um basta nisso né, ninguém merece!

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  9. Nossa, Antonio, ninguém merece trabalhar com esses cheiros, hein!? Mas, sabe... tem dias que eu saio da sala de aula atordoada tbm... incrível, tem criança que não toma banho e não escova o dente... vem falar pertinho da tia, vem! ahuahuah
    Bjo

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  10. somos dois que ficamos com cara fechada na hra de corta o cabelo, eu tb fico e me olho e penso, meuu eu sou mto braba, mas depois q o cara tira aquele lençol e ajeita o cabelo ja me sinto melhor
    qndo aos cheiros de comida nao me irritam, mas de "Puti" hudiashuidhsauidsa q horror fazer isso num local publico, pra mim eh pura falta de educação, ecaa alem de ser nojento...
    beijaoooo

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  11. Eu que não quero estar por perto dia que esse ataque ocorrer. Eca.

    Experimenta acender um insenso. Ou levar Bom Ar! É mais higiênico... Ou menos nojento.

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