Quase um homenzinho

Uma das últimas alternativas a que recorro quando minha inspiração vira farelo de trigo é reler o que escrevi há exatamente um ano atrás. Fiz isso agora e, por curiosidade do destino, o texto tratava justamente do quanto eu havia mudado até aquele momento. Com mil rinocerontes mancos, como muda um cidadão em 366 dias!
Um ano após a tal mudança, mudei mais ainda. E nem vou levar em consideração esses meus dias de paralisia textual, o que até atribuo a uma pequena crise existencial pré-aniversário que alguém citou nos comentários. Aliás, crise é uma palavra forte demais. Digamos que atravesso um pequeno acerto de contas comigo mesmo.
Alheio a isso, modifiquei minha humilde personalidade em vários outros aspectos. Envelheci, ou amadureci, isso depende da situação. Sexta à noite, por exemplo, Amarelo e eu fomos a uma festa de pré-formatura do colégio onde estudei há mais de quarenta anos. Como conheço bastante gente lá, pensei que seria uma boa rever a galera. Contudo, qual não foi minha surpresa ao chegar lá e deparar-me com um pessoal cuja média de idade não girava mais do que em torno de 16 ou 17 anos. Nada contra adolescentes, longe de mim! Admiro-os, inclusive. Mas, bah, sabe quando o ambiente não é pra ti? O Amarelo me olhou, eu olhei pra ele, ficou aquele clima de reticências no ar... Quinze minutos depois, fomos embora. Terminamos a noite no mesmo bat-local que freqüentamos toda sexta-feira, enchendo o (censurado) de trago e felizes da vida.
Esse é apenas um pequeno exemplo em meio a tantos outros que eu poderia citar. Felizmente, né, porque amadurecer (ou envelhecer) faz parte do processo natural da vida, é invariável. Foi até legal me sentir um peixe fora d'água em meio àqueles rostinhos lisinhos e róseos, ainda habitados em sua maioria pelos primeiros fiapos de barba disputando territórios com inóspitas acnes, terror típico da referida fase.
O fato é que fiquei faceiro, até me aliviou a mente constatar esse avanço. Se era uma crise existencial que me assolava, digamos que tais conclusões me situaram um pouco. Acho até que sou capaz de me apaixonar por mim mesmo na próxima vez que me olhar no espelho de novo. Ainda chateado, desiludido e virado num pelego velho em relação a certos assuntos que nem é bom mencionar. Porém, flertando comigo mesmo. Hosanas, aleluia!

Queria escrever sobre as "Olimpías", como diria meu avô. Mas, nem ouro, nem prata, nem bronze, o Brasil só tá levando é ferro mesmo. Sendo assim, me abstenho.

Amanhã repasso o selo que a me concedeu carinhosamente, o qual também ganhei do Adriano. De amanhã não passa!

6 comentários:

  1. Coisas de Antônio mesmo...
    Só tu mesmo pra dá uma de polenta no meio dos galetos lá (olha quem falando)
    Mas essa coisa de amadurecer, é bom, tem lá suas vantagens, mas ás vezes é estranho...
    Crise pré-aniversário?! Eu tenho sempre!Eu chamo de inferno astral...
    hehehehehehehehe
    Bjus

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  2. Pedaço de brancura, somos dois que mudamos muitooo nesse ano, então.
    \o/
    no meu caso eu envelheci msm!
    uahuahauha

    ah, seu comentario no meu blog, sempre pertinente. Adoro a sua atenção, viu?
    obg ^^

    beijãããooooooo

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  3. Eu mudo em uma semana. Envelheço, na verdade. Como diz o grande Humberto Gessiger "envelheci uns dez anos ou mais, nesse último mês".

    A criatividade é sacana. Vem e volta sem explicações.

    E quanto as olimpíadas, fale apenas da comemoração mais que bela do César Ciello. Valeu pelos ouros tantos que não ganhamos.

    Beijo daqui *:

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  4. Peraeeeeee temos ouro na natação, não se esqueça hein.
    Sobre mudanças, é tão bom né, estar em constante mutação... sempre aguardando pelo novo que nos espera...
    Beijo querido

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  5. Taí, vamos marcar umas conversas de botequim dia desses... :)

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  6. Mas isso não é crise existencial, é inferno astral!
    E perceber o quanto amadirecemos sempre dá essa sensação de "uia, como mudamos"

    Bjs

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