Sobrevida

"A mosca encontra o esterco no meio das flores; a abelha, no meio do esterco, encontra uma flor."

A dois dias de completar tenros 23 anos, tive uma epifania. Faltava algo na minha vida para preencher um vazio que há meses eu carrego em silêncio, algo do qual eu fugi por muito tempo e que, finalmente, reencontrei. Eu precisava me apaixonar novamente. Mais do que isso, redescobrir o amor na minha vida.
E, aos trancos e barrancos, consegui. A ficha só caiu quando um grande amigo atirou a verdade na minha cara com a sutileza de um rinoceronte numa loja de cristais. Foi um golpe duro, tive que deixar de ser teimoso e aceitar o que vinha negando com veemência, mas funcionou. Enxerguei todas as burradas que vinha fazendo, refleti meus erros e me preparei psicologicamente para pedir desculpas por todas as mágoas que causei.
Pois bem, fui e fiz. Como é de se esperar quando a gente machuca uma pessoa, por maior que seja o amor, foi tarde demais. Acordei, enfim, mas não a tempo hábil de reverter os erros. Posterguei demais, essa é a verdade. Adotei uma postura de frieza, negando sentimentos a mim mesmo, um equívoco absurdo em se tratando da minha pessoa.
Logo de início, pensei ter jogado fora uma vida de construção de sentimentos. Ora, não é fácil reconhecer as falhas e ver que, mesmo arrependido, não há mais conserto. Porém, tratei de me recuperar rapidamente, que não vou passar dias amargando um dissabor. Não amadureci para isso, não avancei tantos obstáculos para prostrar-me diante do primeiro percalço que apareceu.
Após pensar com um pouco mais de calma, deixei de ser a mosca e passei a agir como abelha. Finalmente, o amor voltou! Por mais que não venha a se concretizar, mas, barbaridade, como é bom sentir-se vivo novamente. Poder visitar blogs, ler o pessoal falando de seus amores e relacionamentos, e enfim sentir o sangue fervilhar ao absorver as palavras. Percebo, enfim, que não poderia fazer aniversário sem estar amando outra vez. E, o que é melhor, amar a mulher da minha vida, aquela que eu sempre tive certeza que é a pessoa que quero ao meu lado, nada de invencionices, tampouco aventuras passageiras. É o amor sólido que está de volta, aquele que não se importa em estar vivo e pulsante.
Ser correspondido? Bem, isso é só um detalhe. Amor que é amor de verdade não dá bola pra isso, pelo menos por enquanto. Importa mesmo é que a vida me deu sinais de que nem tudo estava perdido comigo e fez eu voltar a ter orgulho dos meus sentimentos. Me fez, graças a Deus, voltar a sonhar, a sentir o bom e velho friozinho na barriga. Não teria a mínima graça completar 23 primaveras sem nenhum sinal de flores. Posso, agora, adentrar os mesmos 23 anos, mas amando com o mesmo entusiasmo de quando tudo começou, aos dezessete. Enfim, um presente.

8 comentários:

  1. É, é bom sim. Mas eu tenho uma forte tendência a negar o que sinto.

    :*

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  2. Perfeito, Branquelo!!!
    Era desse Antonio que eu estava falando ontem no MSN.
    Exatamente desse!

    E vai dar certooo!
    :D
    olha a Branquela na torcida!
    hihi ^^

    ;******

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  3. Parabéns! Pelo texto, pelo aniversário e por ter recomeçado!

    Pra mim o amor está em tudo e para todos, é só se permitir sentir!

    beijos!!

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  4. Então é amanhã o graaande dia? Uhuuuuulll
    Ficar mais velho desse jeito que vc relata aí é bom demais! Nada como um dia após o outro! haha
    Essa foi ruim, eu sei, mas foi o que me veio na cabeça agora, lembrando que tempos atrás vc estava meio revoltado com o romantismo explícito dos blogs por aí...
    Sinto te informar que eu continuo na mesma, na seção "coração de pedra" (ai que duro isso! hehe)
    Se morássemos perto íamos tomar uma cervejinha juntos amanhã hein???
    Beijão!

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  5. estou feliz por ti.

    amar é bom demais, né?
    me sinto tão apaixonada esses últimos dias.


    bjo*

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  6. Amanhã é um grande dia e esse é um grande texto.
    Fico tão, tão, tão feliz que o amor tenha ido passear por aí. :)

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  7. Qual o boteco que vamos amanhã, heim?
    Amor??? Ele chegou para você... aeaeaeaea... Adorei lê isso no TEU blog.
    Um beijo, Antônio.

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  8. Gostar de alguém, amar sempre é bom, com certeza.
    Confesso que me surpreendeu a sua maturidade em se sentir feliz por amar, sendo o "ser correspondido" outros quinhentos. :)
    Bjitos!

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