Ele balança, mas não pára!

Já escrevi muito sobre o amor. Sobre meus amores e as diferentes formas que ele usou para manifestar-se em minha vida. Às vezes, fuço meus arquivos e, lendo tudo o que já retumbou em meu aparelho cardiovascular, concluo que continuo sendo uma metamorfose ambulante no quesito sentimentos.

Devo amar mulheres desde a pré-escola, mais ou menos. Acho que, quando descobri que meninos têm pinto e meninas têm perereca, um mecanismo foi ativado em meu cérebro, que recebeu uma mensagem dizendo: cara, é hora de amar.
De lá para cá, creio que nunca mais meu pobre coração teve descanso. Amores platônicos, impossíveis - lembro que uma certa época eu fui perdidamente apaixonado pela Luísa Tomé - enfim, toda a sorte de paixonites arrebatadoras possíveis eu experimentei.
E, Jesus, me chicoteie, como sou intenso para essas coisas. Bah, me entrego mesmo. Racho o bico, quebro a cara, afundo os pacovás, mas amo. Mesmo quando, no final, me olho no espelho e digo: "seu otário, não era amor bosta nenhuma". Ainda assim, sinto e mergulho sem medidas.

Pois é, tudo ia muito bem na minha vida até os 17 anos. Lembro que, só no segundo ano do Ensino Médio, devo ter sido apaixonado por quatro gurias da minha turma. Fazer o que, se cada semana uma delas apresentava-se magnificamente linda nas aulas? Certo dia, então, caí de amores por uma feia. E não há amor maior do que por uma mulher feia, acreditem. Você sabe que ela é feia, mas ama mesmo assim, um amor solidário, condescendente, quase piedoso.
Ela possuía um nariz muito grande, coitada, daqueles de fumar cachimbo na chuva. Porém, nada abalava meus sentimentos e mantive firme a chama daquela paixão avassaladora. Declarei-me. Contudo, antes de eu me apaixonar, ela era minha melhor amiga, e esse foi o meu maior erro. Os argumentos dela eram intransponíveis. Ora, se eu já havia gostado de quatro colegas em tão pouco tempo, o que a faria acreditar que por ela era sério?
De fato, não era. Assimilei o golpe da rejeição e, como bom adolescente infantil, passei a odiá-la com todas as minhas forças. Tirava sarro do seu gigantesco nariz, fingia que era um escorregador de piolhos, conclamei a classe a participar das chacotas, nossa, como eu fui mau. Se fosse hoje em dia, apenas mandava pastar e pronto. Mas, não, eu precisava tripudiar sobre sua protuberância nasal, era uma questão de honra. Não me queria? Pois bem, então que morresse nariguda!

Bem, mas eu falei dos meus 17 anos. Quando gostei da nariguda ainda devia ter por volta de quinze. Dois anos depois, surgiu o grande amor da minha vida. Já escrevi sobre a Dani aqui várias vezes, aliás, a maioria de meus primeiros textos se referia a ela.
Depois que conheci e amei a Dani, minha concepção desse sentimento sofreu inúmeras modificações. Foram tantas idas e vindas, tive que amadurecer na marra por tantas vezes, que já desconheço a raiz original de onde tudo começou.
De uns tempos pra cá, após ter passado por outros relacionamentos, todos curtíssimos perto do que há entre mim e ela, venho sofrendo novas e sensíveis mudanças a respeito de nosso imaculado amor. Dentro disso, concluo: eu era um palerma. Por Deus que quando eu tiver um filho, lhe ensinarei uma série de ensinamentos entitulada "Atitudes que não se deve tomar com a mulher da sua vida".
Quase que o fato de descobrir esse amor tão cedo despencou por terra as chances de dar certo. Fui impulsivo, imaturo e irresponsável, ou seja, tudo o que uma mulher não precisa de um homem para ser feliz. Agi mal, muito mal. O contrapeso sempre foi a minha inteligência, simplicidade e, claro, meu charme indescritível e apaixonante. Bem, mas isso não vem ao caso.
A verdade é que, passados sete anos, começo a despertar para a maneira certa de conduzir a situação da melhor forma. Sinceramente, ainda percebo muitos aspectos a melhorar. Todavia, em comparação ao biltre que fui, a curva ascendente é acentuada. Minha mentalidade já permite cogitar, pasmem, uma união duradoura e sólida, algo que refutei por muito tempo.
Sim, eu quero dar passos de um homem sério. Conduzir minha vida de maneira a construir uma família, gerar rebentos e tomar chimarrão na área de casa em domingos de manhã. Do alto de meus vinte e três anos, substituo o guri por um projeto de homem, que surge com idéias decentes e apropriadas para alicerçar um amor de verdade.
Não sei o que me fez vir até aqui e escrever tudo isso, mas me faz um bem danado ratificar meu sentimento, e nada mais justo do que registrá-lo aqui neste blog, que tem sua vida paralela à minha vida amorosa. E, chegando ao fim desse desabafo, posso afirmar sem titubear que cada palavra foi escrita com o que de mais seguro há em mim. Resta agora, portanto, colher os frutos.

10 comentários:

  1. Uiiii!
    Se nao foi até agora, agora vai!
    Pra ratificar (só pra copiar uma palavra do seu post), eu sou a daminha!
    (não to brincando ¬¬).

    *em breve eu leio tudo que perdi daqui ^^

    bjobjooooo, coisinha que reluz!
    ;*

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  2. É tão bom sentir o coração preenchido e ter a certeza que escolhemos a pessoa certa.
    Bjitos!

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  3. Um desabafo que, por acaso, saiu meio que como uma declaração, né?

    E não tem nada melhor do que se perceber mudando as fases da vida...

    Um beijão pra tu

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  4. Algumas certezas aparecem depois das tantas dúvidas e erros cometidos.

    E que essa fase, desse amor tão verdadeiro, seja duradoura.

    Beijão!!!

    :)))

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  5. Hoje sei que não sou uma mulher de muitos amores, descobri que no começo sempre me empolgo e achava que isso era paixão, amor, alguma coisa do tipo, mas aprendi que não passa de empolgação que acaba num piscar de olhos.

    :*

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  6. Mas o amor está no ar pra todos né? Até eu, que agora vejo que sempre fui o oposto de você (só me deixei apaixonar de cair 2 vezes) estou toda boba por causa de um par de calças.
    Corre e vai ser feliz com a mulher da sua vida :D
    Beijos

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  7. Paaaaaaaaaai eterno!
    Amei hein! E a ficha caiu pelo jeito! Dê graças a Deus!

    Querido, to com um blog novo, te linkei lá tá!

    Passa por lá!

    Super beijo

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  8. E estimo que os colha - merecidamente - o quanto antes e pra sempre, amigo!
    --------------
    Boa colheita, abs,
    Adriano DiCarvalho.

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  9. Caro Antonio como já tem um tempo que te visito, vou deixar um depoimento. Eu tenho um amigo de mais de 30 anos e no próximo maio vamos comemorar sei lá que podas (30 anos). Este é o meu conselho: amor+companheirismo= dura uns 30 pra +. Felicidades! P.S. no meu acervo de blogs o deu é o primeiro da seção de "sorrir/dar risada".

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  10. O amor é sempre o mesmo, os homens é que mudam já disse o mestre Coelho...
    Assim o desejo da amiga aqui é que a felicidade continue constante na tua vida e que tuas mudanças sejam sempre pra melhor.
    Muito amor meu querido.
    All you need is love... o resto a gente conquista.
    Beijos

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