Oh, Minas Gerais!

"Quem te conhece não esquece jamais..."

Foi incrível. Chegamos de viagem na segunda à tarde, mas ainda não encontrei as palavras exatas para descrever o que significou para mim esse passeio. Porém, como consigo desopilar certas dores escrevendo, vim fazê-lo agora relatando-lhes um pouco do que foi essa jornada marcante para minha vida.
Eu decidi que viajaria apenas dez dias antes da partida. Até então, tentava não me envolver com aquele clima, pois sabia que seria difícil ficar em Novo Hamburgo enquanto todos estariam se divertindo. Tendo decidido, fiz um entrevero, comprei mala, comida, organizei as roupas e, ufa, entrei no ônibus com a sensação de não ter esquecido nada.
De fato, não esqueci qualquer peça de roupa, ou xampu, livro, mp3, cortador de unha, band-aid, santinhos do Barack Obama, fios de ovos, meus sempre companheiros lenços de nariz, manteiga de cacau, própolis, CD do Benito di Paula, perfume, dicionário de Latim, escapulário, alpargatas, um vaso de violetas, Fusca 68 e um casal de lhamas.
Porém, esqueci de me preparar. E, à medida em que as horas de viagem passavam, fui mergulhando nesse sonho e me deixando levar pelo embalo. No início, confesso, cheguei bem desconfiado. Não via graça nas coisas, o chuveiro do hotel estava frio, meu quarto era um dos únicos sem televisão e ventilador, enfim, pensei que fosse comer o pão que o diabo amassou. Felizmente, ao contrário disso, empanturrei-me foi com pãezinhos-de-queijo. Delícia!
O primeiro dia foi de uma correria medonha, mal dava tempo de lavar as axilas, ainda mais na água fria. Tive, então, de confiar na potência e durabilidade do meu desodorante, respirar fundo e mandar brasa.
Suei em bicas, Deus do céu. Num próximo texto eu explico o porquê. A reviravolta deu-se após a primeira apresentação. Conforme relatei no meu texto antes de partir, representei o Rio Grande do Sul através da indumentária gaudéria e dançando um inexorável chamamé, que levou a platéia ao delírio e rendeu uma salva de palmas com todos em pé. Só de lembrar, fico arrepiado.
Dali para o estrelato foi um pulo. Tive meus quinze minutos de fama muito bem aproveitados em Conselheiro Lafaiete. Nunca pensei que o povo achasse tão interessante ver um gaúcho pilchado. E, mais curioso ainda, se eu saio pilchado aqui nas ruas de Novo Hamburgo, todo mundo ri de mim e ridiculariza. Lá, ao contrário, recebi dezenas de elogios e figurei nas mais diversas câmeras possíveis, algo que eu jamais imaginaria.
Além do estrelato pop-gauchesco, imerso no encantamento do festival, deixei-me conquistar pela graciosidade dos mineiros. Que povo amável, gente do céu! Fiz excelentes amizades, tive conversas longas, como se fossem amigos de infância, provei da deliciosa culinária mineira e fui, sem dúvida, o mais triste do nosso ônibus na viagem de volta.
Me apeguei facilmente ao ambiente musical que a cidade exalava, assisti a coros magníficos, participei de uma missa linda, como há tempos não via e, de quebra, reservei um canto com vista para o mar em meu coração para essa cidade, as pessoas que lá conheci e tudo o que vivenciei em três dias.
Eu, que nunca havia viajado além da vizinha Santa Catarina, fui conquistado por uma terra de gente boa demais da conta, sô! Descobri que "uai é uai, uai" e que "logo ali"... Bem, isso eu explico com mais calma em outro texto, por merecimento. A verdade é que eu jamais esquecerei essa experiência e espero, sinceramente, poder voltar em quantos festivais for possível, pois, mesmo que tenha registrado tudo em mais de trezentas fotos (muitas delas no meu orkut, por sinal), o que meus olhos viram é realmente difícil de explicar através de palavras ou imagens.

Um fraterno abraço a todos os mineiros, principalmente nas pessoas da Dafne e do Agnaldo, padrinhos que abrilhantaram nossa estada em Conselheiro Lafaiete.

9 comentários:

  1. Registrando que tem meme pra você lá no blog.
    Volto logo menos para ler sua atualização.
    Bjitos!

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  2. Antonio, meu querido!
    Adorei os santinhos do Obama! Tbm carreguei um monte!!

    Beeeeeeeeeeeeejo

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  3. Estou curiosa para saber das histórias que não foram contadas nesse post.
    Bjitos!

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  4. Que bom que voltou.
    Quero todos os posts que vão falar da tua tão boa viagem.
    Eu ainda conheço a tão famosa Minas Gerais.
    Beijão, moço!

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  5. Tenho muitos amigos e familiares em Minas e sei bem do que está falando, amigo...
    Aquele povo é gente como a gente mesmo! ADORO MINAS!
    Espero que tenha comido pão-de-queijo, queijo de minas fresco e tomado leite tirado na hora.rs

    Abs.
    E parabéns pelo sucesso que parece ter sido hein!

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  6. Opa!
    Pude compartilhar esses dias contigo.. e com certeza JAMAIS esquecerei tbm...
    Demais da conta, mesmo!

    Bjoo meu parceiro de dança! haha...

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  7. Ai guri, que bom que a viagem foi tõ maravilhosa assim...
    E, mesmo sem tem assitido, parabéns pela apresentação, viu?

    Viajar é tão bom, né? A gente sai da rotina, se distrai... Aí Aí...

    Beijão pra tu

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  8. Mas, Bah gurii...huahuahuahua... Se vc aprendeu a fala uai e logo ali. Eu aprendi mais uma vez que o povo gaúcho é tri legal. Que o chimarrão do Rio Grande não é ruim como o uruguaio (mas eu admito, esperimentei por eduação e bastante desconfiada do gosto). Mas principalmente (eu vou copiar o Milton para explica) que: "Há canções e há momentos que eu não sei como explicar". Ah foi mais que demais vcs aqui!!

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