Doem os cotovelos

A fase não é nada boa. Pensei, inclusive, em parar de escrever. Aliás, pensei e penso em tantas coisas... Penso o tempo todo, mais do que respiro, muito mais do que trabalho, o que, por sinal, tem me rendido uma série de dores-de-cabeça por conta das desatenções que cometo.
É duro passar por uma reciclagem. Escarafunchar as feridas, meter o dedão valendo, fazer sangrar pra valer e confrontar todos os deslizes cometidos. Porém, é tão dolorido quanto necessário. Preciso disso e, querem saber? Não vou esconder. Bloqueei os acessos ao blog, sim, porque se eu escrevesse nos primeiros dias, soariam as trombetas do Apocalipse.
Não é fácil. Passei e passo boa parte da minha vida com um naco de expectativas dos outros nas minhas costas. Sempre tentei balancear, ter jogo de cintura e ser o mais autêntico possível. Mas, humano que sou, me perdi na jogada em algum momento que não consigo identificar. Consequentemente, deixei escapar por entre os dedos vários tesouros valiosos da minha vida, como uma areia fininha, sem ter a mínima habilidade, maturidade e responsabilidade para lidar com o que viria - e veio - a seguir.
O ápice, como acredito que todos possam ver nitidamente, é que perdi meu grande amor. Falhei mesmo, é duro admitir, mas fiz. Todo mundo alertava, "Antônio, cuidado", e eu nem bola. Tomei a ré. E, nesse momento, percebo que o que você leva oito anos para construir pode facilmente ruir em oito dias. Oito minutos. Malditos oito segundos.

Contudo, quem lhes escreve é um gaúcho peleador. E não tá morto quem peleia! Como dizia um grande amigo, eu até posso morrer, mas não sem luta! É hora de juntar os cacos, mudar a postura e, através das atitudes, resgatar tudo de novo. Sei que as chances são escassas, ínfimas, mas não posso deixar de tentar.
Estou aqui, portanto, dando a cara a tapa, me expondo às críticas, aos risinhos, aos "bem feito, se ferrou", justamente porque quero fazer diferente. E já estou fazendo. Vou recuperar meu crédito, estou voltando a ser uma pessoa que, por pura burrice, deixei adormecer. Um cara que, inclusive, expunha seus sentimentos sem medo, coisa que estou fazendo agora.
Talvez tenha sido necessário para eu aprender, para acordar de uma vez por todas. Talvez, também, seja tarde demais. Ainda assim, eu tenho que tentar. É a minha dignidade que está em jogo e, mais do que isso, é o meu amor verdadeiro que está prestes a ir pelo ralo. Eu vou atrás, vou mesmo.
Pra finalizar, com os cotovelos sangrando, e sabe ser bem doída uma dor de cotovelo, entrei naquela de escutar uma música, dar um tapa na testa e dizer: que merda, é isso mesmo que eu tô sentindo. Assim, sem frescura. É hora de voltar a honrar as calças que eu visto.

Você de volta
( Maria Cecília e Rodolfo)

Eu vivo buscando em alguém
Alguma coisa que eu sei
Que só existe em você
Eu quero a metade de mim que é você
O riso que irradia o mundo
E que me faz viver
Eu não aguento mais essa saudade
E essa solidão que me invade me faz ver

Tudo que eu quero é você de volta
Tô te esperando, vem bater na minha porta
Eu amo você, eu só sei te querer
Minha vida tem sentido se tiver você

3 comentários:

  1. Estou orgulhosa de ti!!
    É sempre bom a gente abrir o coração e, com certeza, essa tua atitude vai ser recompensada, pois tenho certeza que a sensibilidade e o amor falarão mais alto do que a mágoa que possa ter existido...
    Tu sabes que eu torço muito para isso acontecer.Um grande beijo.

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  2. E eis que encontro o apaixonado e adorável Antonio novamente... aquele que sabe transbordar amor pelos poros e sem medo de ser feliz.
    É por isso que tu mora no meu coração querido amigo! Tu és nobre e sem dúvida digno e "uma segunda chance".
    E esse post é de amolecer qqr coração!
    Espero que o coração em questão o leia! =]

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