O Ataque do Chuveiro Maldito - Parte 1

Essa semana, minha mãe será um personagem à parte aqui no blog. Aliás, acredito que nunca narrei nenhuma de suas peripécias por aqui, talvez por falta de tempo, ou mesmo por esquecimento. De todo modo, agora ela está de férias – é professora, tem esse privilégio – e durante esse período vem acontecendo fatos de relevância tal, que merecem destaque em meus humildes textos.
Antes, porém, permitam que eu dê uma breve introdução acerca da personalidade de minha adorável genitora. A mãe é uma versão feminina e mais contida do vô João Maria que, na minha opinião, é o maior comediante do universo, principalmente porque nem ele mesmo se dá conta do quanto é engraçado. A diferença entre os dois é que ela mora há vários anos na muvuca da urbanização, o que faz com que contenha certas atitudes cômicas. Ainda assim, no seio do lar protagoniza verdadeiros causos do arco da velha.
Acabo de desligar o telefone. Falava com ela sobre o chuveiro de nossa casa. A propósito, deve haver alguma maldição sobre nossos chuveiros, pois o histórico não é nada bom. Há pelo menos dez anos que um deles não dura o tempo mínimo de um ano, para ser exagerado. Chuveiro, lá em casa, normalmente passa o contrato de noventa dias e já rescinde. Não que eu queira atribuir esse fato pitoresco ao fato de que é sempre minha mãe quem troca as resistências e instala os novos, nada disso. Eu não seria sacripanta a ponto de levantar uma calúnia dessas contra minha própria mãe, de cujo ventre saiu um dos seres mais perfeitos da história da humanidade: meu irmão caçula.
Fato é que chuveiro, lá em casa, não atravessa inverno. Uma porque costumamos banhar-nos com água de pelar porco, à exceção de mamãe, criada no campo à moda rústica, cujos banhos são politicamente corretos e dentro dos padrões aceitos pela sociedade. Entretanto, meus irmãos e eu sempre tivemos o defeito de passar horas debaixo d’água. Bom, quem já foi adolescente conhece bem alguns motivos…
Pois bem, falávamos sobre o dito cujo cuspidor de água. Nos últimos tempos, indignada com a baixa durabilidade dos chuveiros, mamãe resolveu investir pesado naquelas duchas putaqueparilmente potentes, que deixam o cara todo ensopado em questão de cinco segundos. Com direito à regulagem de temperatura e um monte de frescuras, passamos a ter aquela nave espacial no banheiro de casa.
Não adiantou porcaria nenhuma. A maldição dos chuveiros condenados abateu-se sobre nossa residência como as derrotas em Gre-nais sobre o Grêmio nos últimos campeonatos gaúchos. Ocorre que, de uns tempos pra cá, o trumbico da regulagem criou vida própria e, sem mais nem menos, passou a ferver com tal voracidade, que certo dia meu grande amigo Amarelinho tomou um banho lá em casa e saiu com o aspecto de um peru de Natal. Coitado, deu até pena. Pediu pra se arrumar lá em casa pra uma festa e foi todo pimpão pro banheiro. Até pensei em alertar sobre o chuveiro, mas meu lado sacana falou mais alto e esperei para vê-lo se ferrar. Dez minutos depois, me aparece o Amarelo mais vermelho que a camisa do Liverpool, mandando, por alguns instantes, seu apelido para o espaço. É, chuveiro lá em casa não perdoa nem visita.
Bueno, falei, falei, e não contei a peripécia da minha mãe. Ah, querem saber? Fica pra amanhã. Ultimamente, tenho gracejado bastante deixando as pessoas curiosas e, além disso, mamãe será, definitivamente, a personagem da semana.

5 comentários:

  1. Ah.
    Eu li sobre o chuveiro da tua casa, que tem vida própria e odeia vocês e tudo e tal... Mas tá, eu volto amanhã.

    Beeeijo Ton ;*

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  2. Ton,
    toda quarta-feira tem tema novo no blog e, as vezes, rola votação quando surge mais de um tema ou quando tem sugestões de músicas, enfim.

    Regra não tem praticamente nenhuma. Tu pode escrever o que quiser sobre o assunto. É legal,porque num mesmo tema tem diversas interpretações e saem textos bem bacanas (por isso quero que tu participe). A única regrinha que tem é por como título do texto o título da postagem coletiva e, ao final, por o link da postagem coltiva. Pra ver como faz,leia o meu penúltimo texto ;)

    Beijo

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  3. Eu também li sobre o chuveiro da sua casa, mas volto amanha... rsrsrsr...

    Aqui em terras nordestinas quase não se usa chuveiro elétrico, a água já é quente por natureza. =)

    Beijão, moço!

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  4. E eu aqui toda curiosa por saber a peripécia materna!
    Beijos

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  5. Tá que nem escritor de novela.
    Deixa a melhor parte do capítulos... Para o capítulo seguinte...

    Então tá! Eu volto amanhã. Mas por favor, não deixa a gente mais curioso que amanhã em...

    Beijão

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