Passando a régua

Este blog já passou por Natais e Reveillóns bem distintos. N'alguns fiz retrospectivas, registrei momentos e pessoas especiais. Algumas seguiram comigo na caminhada, outras ficaram esquecidas e empoeiradas nas linhas do passado, e só não foram deletadas por piedade. Em contrapartida, outras vezes o blog passou despercebido no encerramento do ano, jogado num canto enquanto eu talvez tentasse reorganizar a vida e escolher o rumo certo.

Dois mil e onze, no entanto, foi bem diferente.

Este foi um ano intenso, significativo e especial, que ficará marcado para sempre na memória, ainda que por aqui não se tenha convertido fatos em linhas e relatos. Todas as vezes em que eu pensava em escrever ou contar alguma coisa, era impedido por algum preparativo, um detalhe a ser resolvido, um passo a mais a ser dado.
Ainda chegará o dia em que começarei a escrever sobre o casamento e, mais especificamente, sobre a vida de casado. No entanto, não é chegada a hora certa, uma vez que este tipo de assunto já não envolve mais só a mim, mas também a interpretação de uma segunda pessoa. E, sim, se antes eu já dosava bastante o que escrevia, agora sob o crivo de uma esposa tudo muda de figura.
Porém, não pensem que estou subliminarmente pintando a Sra. Dutra com as cores do capeta. Bem pelo contrário, nosso casamento foi um acontecimento que estremeceu até o mais ortodoxo eixo da Terra, quem esteve presente sabe bem do que estou falando. Contrair o matrimônio foi uma das decisões mais acertadas que já tive até hoje, e foi justamente por isso que este ano terá para todo o sempre um significado especial.
Além de mudar a aliança para o anelar da mão esquerda, outras passagens também tiveram farta dose de relevância. Ora, não pensem que um marmanjo barbado que sai da casa da mamãe aos 25 anos não treme na base. Os primeiros dias foram dignos de um aparte campeiro, onde meu coração berrava junto à cerca feito um terneiro desmamado, não é fácil desfazer a simbiose maternal. Bueno, mas uma semana depois eu percebi que seria mais fácil do que imaginava e a situação alinhou. Hoje chego em minha casa com a parcimônia de um boi de canga (MOCHO!) e desfruto do aconchego do agora novo lar, doce lar.
Trocar de emprego, por exemplo, foi bem mais traumático, ainda que não tenha aparentado. A vida profissional, outrora mansa e caudalosa, virou uma montanha-russa. Não vou entrar em detalhes, mas posso afirmar sem medo que sinto muitas saudades da multinacional, dos benefícios e dos amigos que deixei por lá, mesmo que já tenha renovado o círculo de amizades no emprego novo. Felizmente, tenho facilidade para me relacionar com as pessoas.
Houve o Calixto! Em 2011, esta equipe foi boa parte da minha vida. Tendo sido aclamado presidente no início do ano, envolvi-me com o futebol de tal forma que, admito, até cansei. Atualmente, confesso que preciso de uns dias de férias do mundo da bola, porque ser dirigente é algo deveras intenso. Contudo, como volante minhas atuações em campo não foram satisfatórias, preciso ter autocrítica.

Estes foram os fatos principais, mas a vida não girou só em torno de casamento, trabalho e futebol em 2011. Aliás, é importante ressaltar que a organização do enlace matrimonial foi de suma importância para rever bons e importantes amigos. As pessoas foram minha motivação extra. Amigos, família, todos vivemos este ano intenso juntos, que culminou num 22 de outubro inesquecível. Até Élida, amiga querida que este blog me apresentou, esteve presente, o que torna evidente a importância deste espaço que, por mais abandonado que possa estar, jamais será definitivamente esquecido.

Pessoalmente, minha filosofia de vida atual não é afeita a essa badalação de fim de ano que o mercado capitalista propõe. Do Papai Noel, por exemplo, ainda prefiro guardar apenas a imagem do bom velhinho que diverte as crianças. O encerramento do ano é, sim, significativo, mas unicamente por mostrar que a vida deve ser vivida com intensidade todos os dias. Até porque, nunca se sabe qual data será a mais importante. Percebam que, até o ano passado, 22/10 era apenas mais um dia qualquer no calendário, sendo que agora tudo mudou de figura...
Portanto, meus caros e poucos amigos que ainda lêem o rastro que por aqui deixo, saibam que desejo a todos nós um bom encerramento de ano, com todas as comemorações a que temos direito. Quem quiser dar presente, que dê; quem quiser fazer festança, que faça. Minha cota para 2011 já foi esgotada, e agora farei tudo de maneira mais modesta, ainda que efusiva.

Que 2012 traga a todos mais momentos especiais, reflexões e aprendizados. Mais textos? Sinceramente, não sei, prefiro não prometer. Mas, vá saber, a vida é uma eterna caixinha de surpresas. Tudo o que eu quero agora é curtir minhas merecidas férias, que começam hoje, às 17 horas, se Deus quiser. Depois disso, certamente voltaremos a conversar.

Feliz Natal, e que 2012 seja mais um ano especial!

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