O homem que amou Getúlio Vargas



Agora eu entendo. Passados quase nove anos de vida blogueira, idos mais de seis meses do lançamento de meu livro, finalmente juntei as peças do quebra-cabeça e compreendi o real significado desta iniciativa. Se na semana passada concluí que a obra já não pertencia mais a mim, mas sim criara asas, agora percebo que, na realidade, este livro e até mesmo este blog criaram vida própria. A partir daqui já não falo só por Antônio, ou pelo simples bordão "que momento". A voz, daqui em diante, soa dentro de muitas gargantas.
A nuance filosófica tem razão de ser. Há poucas horas atrás, estava eu diante de dezenas de adolescentes que leram, deram asas às imaginações e criaram em cima de minhas crônicas. Minha segunda palestra a respeito do Que Momento! teve como espectadores alunos da Escola Municipal Presidente Getúlio Vargas, aqui em Novo Hamburgo. E, sinceramente, faltam-me palavras para descrever o que senti e vivenciei junto daquelas turmas para quem, até então, eu era o desconhecido autor dos textos que eles trabalharam nas aulas de Língua Portuguesa.
Imagine você, amigo blogueiro, deparar-se com um trabalho escolar baseado na sua obra. E aqui falo para nós, da comunidade blogueira, que não dimensionamos o tamanho que podem alcançar nossos espaços virtuais quando de suas criações. Recantos literários que nascem despretensiosamente, mas cujos potenciais são infinitos.
Diante dos meus olhos estavam marcadores de páginas, maquetes e, pasmem, vídeos produzidos pelos alunos, todos baseados no livro Que Momento!. Tudo inacreditavelmente lindo, com cada jovem ansioso para que eu apreciasse sua criação e tomasse conhecimento do que fora imaginado a partir da simples leitura de uma crônica. Meninas pedindo autógrafos, de telefones em punho para tirarem fotos comigo, elogios rasgados dos professores e sorrisos, muitos sorrisos. Não pode haver recompensa maior para um vivente que um dia chegou a pintar os cabelos de loiro só para ficar mais bonitinho!
Hoje não é preciso escrever uma longa postagem que vise determinar minhas impressões, mesmo porque nem todos os parágrafos do mundo seriam capazes de transmitir a vocês a emoção que senti e ainda pulsa aqui dentro pela rica homenagem que recebi de meus agora amigos e leitores. Apenas preciso dizer que, definitivamente, estou convencido de que esta missão precisa continuar e tenho sim o compromisso de seguir a história quemomentista, pois cada sorriso provocado por ela vale muito a pena.
Agradeço, de público, aos professores e alunos da Getúlio Vargas pela acolhida e pelo carinho dedicados a mim nesta tarde especial. Por mais que eu tenha falado alguns minutos sobre a história deste espaço, quem saiu com a maior lição de todas fui eu. Cada vez mais, entendo o que significa dizer um frondoso "que momento".
Aos poucos, trarei eventualmente alguns vídeos produzidos pelos alunos e partilharei com todos as risadas imensas que dei ao assistir às criações deles. Todas as fotos que registraram a palestra estão publicadas na página do blog no Facebook, a qual você acessará facilmente clicando no link abaixo:


Que momento, minha gente, que momento!

3 comentários:

  1. Que momentaço amigo.

    Eu tinha escrito um puta comentário, mas a net do celular falhou e só agora estou arriscando comentar de novo.

    Li teu texto com riso de orgulho e com uma felicidade infinita, querendo rasgar o peito. Você merece todo esse carinho.

    Assim que der verei as fotos. E aguardo ansiosamente os vídeos.

    ,,
    *

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  2. Não deve existir uma sensação mais aguda do que ver sua obra como base para novos trabalhos. Me alegra saber que esse processo acontece com o senhor e seus escritos. Sinta-se devidamente aplaudido.

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  3. A genialidade de quem escreve é algo imprevisível!
    Adorei o título da postagem, a intertextualidade com o texto do Jô demonstra bem a tua veia cômica e, ao mesmo tempo, inteligente de escrita, aliás, afinidades tua com o próprio.
    Quando fiquei sabendo que tu seria o autor presente deste ano e que teu livro era sobre crônicas. Logo me assustei, pois é um gênero textual cuja estrutura é difícil de se trabalhar. No entanto, a comicidade da crônica foi o ponto de partida. E, então, o projeto estava lançado. Abracei teu livro e junto com meus alunos fizemos o possível dentro das condições e do tempo cabíveis.
    Que bom que gostou!
    Para nós foi, de fato, "um momento".
    Mais do que obrigado pela presença ou pelas palavras ditas. Obrigado pelo teu texto, pois este continua, permanece, é para sempre e, sobretudo, te imortaliza.
    A proximidade do autor com seu leitor é o que torna um texto vivo, pois o leitor nunca esquece daquele cujas palavras lhe despertaram o riso ou o choro, enfim, a emoção.

    Estou organizando uma roda de conversa com os alunos que fizeram os vídeos para analisarmos os trabalhos dos colegas bem como para ver os elementos de criação que ocorrem no processo de adaptação do texto para o vídeo.
    Desde já, sinta-se convidado para participar e opinar. Assim que definir a data, te aviso

    Mais uma vez obrigado.

    Léo

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