O SEGUNDO ANO

No dia 02 deste mês, este espaço completou seu 2º ano de vida. Visivelmente inativo, mas completou. Lembro-me bem de todo o seu processo de criação: tudo começou com o término do blog no qual eu postava antes, o finado "Nemblog". Depois de muita confusão (desnecessária, como sempre), Léo e eu decidimos criar este espaço e uma parceria na escrita. Durou pouco.
O furor inicial trouxe até bastante gente pra cá. Chegamos a ter uma média de 10 leitores diários, o que basta para a minha modéstia e pouca habilidade literária. Contudo, em 2005 Léo mudou-se para a praia, o que dificultou sua escrita. Fiquei sozinho até junho, quando ele retornou, e aí quem estava indo para o ostracismo era eu.
Dois mais dois, quatro. Blog abandonado pelas circunstâncias (ou falta delas).
Aliás, blogs abandonados é o que mais se vê por aí. Sou um aficcionado por procurar o que as traças já usurparam de seus donos (mesmo que sejam traças virtuais, mas elas existem).

Pulei de galho em galho, fiz outros dois blogs, fiz um fotolog, o qual até atualizo mensalmente, mas meu amor está mesmo neste espacinho feioso e bucólico.
Hoje eu tenho 21 anos, uma realidade totalmente diferente daquela que me inspirava a escrever textos em forma de protesto às represálias que sofria nos lugares que frequentava e muito pouca vontade de escrever.
Continuo lendo muito, o acesso à internet no trabalho facilita isso. Mas, minhas mudanças foram contundentes a ponto de me afastar da produção constante de textos. É aquela história: "morro de vontade, mas dá uma preguiiiiça..."

Dois mil e seis foi o ano do terror na minha vida. Nada de trágico aconteceu, eu sei. Continuo tendo comida na mesa, cama pra dormir, saúde, essas coisas. Sei que, se fosse analisar tantos problemas sociais e misérias pelas quais o mundo passa, eu deveria é erguer as mãos para o céu e agradecer a Deus pela vida que tenho. De fato, eu faço isso.
Mas, na condição de humano imperfeito, me dou ao luxo de fazer algumas queixas. Não vou externá-las aqui, naturalmente, quase todos são particularidades e, eu sei, besteiras. O fato é que eu quero esquecer 2006 e partir para 2007 com novos horizontes.
Não adianta dizer que "em 2007, prometo postar com mais frequência". Primeiro, porque não é ano eleitoral. E segundo, porque eu não vou cumprir mesmo.

Por falar nesse ano de merda, ele voou (como qualquer outro, por sinal). Bati meu recorde num emprego formal, seis meses de carteira assinada, nem eu acredito. Também bati a cabeça em muitas burradas, mas isso não é nenhum recorde, e sim o velho jeito Antônio de ser.
Consegui estabelecer uma rotina de viajar todos os fins-de-semana para a fazenda, o que não deixa de ser uma conquista.

Mudei demais meus dogmas, revi conceitos, conheci muitas pessoas. Este último é normal de qualquer ano, mas os outros dois, não. Quem me conhece (ou conheceu), sabe que uma das minhas características mais marcantes era ser crítico em relação aos meus conceitos pré-estabelecidos (sim, preconceitos). A distância das pessoas me tornou um cara mais despreocupado com a vida alheia. Muitas perdas eu tive, mas eu vejo todas como um saldo positivo. Aprendi a caminhar sem aqueles a quem eu considerava como melhores amigos, e hoje sou mais forte em decorrência disso. Fiz amizades sólidas, mesmo sem dizer "eu te amo". Dei menos abraços, mas distribuí mais sorrisos. Seria a adolescência indo embora de vez? Não acredito firmemente nisso, já que, para tantas coisas, ainda sou uma criança.

Li agora há pouco, num blog de um amigo (e, atualmente, das traças também), que sua concepção de blog era "uma legítima manifestação adolescente sem objetivos e sem conteúdo", até ele perceber o quanto um espaço assim poderia ser útil para compartilhar idéias.
Pois é, cada um tem as suas, e quem pode compartilhar habilidades específicas certamente terá assuntos técnicos a tratar pela internet e publicar aos interessados.
Eu, como só entendo de vaca e sei que ninguém se interessa por esse assunto, escrevo sobre mim, sobre a vida que eu levo, sobre o que se passa no meu cérebro.

Pra finalizar, eu me vejo hoje menos paranóico. Pelo menos isso. Talvez eu questionasse demais o inquestionável, nutria um espírito revolucionário e peleava em qualquer guerra, mesmo sem saber para que lado erguer a espada. Agora, eu dou um boi para não entrar numa briga, e uma boiada para nem ver uma. E olha que boi custa dinheiro...Disso, eu entendo.
Se eu não escrever mais este ano (o mais provável) e alguém ainda visitar este recinto tomado de ácaros virtuais (o mais improvável), desejo boas festas e um bom início de 2007. Um abraço!

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