DE NOVO

É, meus caros, junho começou de uma forma um tanto quanto inóspita. Uma semana depois de enterrarmos uma das irmãs da minha avó, quis o destino que outra irmã dela também partisse para junto de Deus.
Esqueçam tudo o que eu escrevi sobre força, cair a ficha, etc. Estou, sim, desolado, com a cabeça latejando de dor e sentindo uma tristeza sem fim dentro do meu coração.
Sete dias depois, a mesma capela, as mesmas pessoas, as mesmas lágrimas e apenas um caixão diferente no centro. Se eu pensava que tinha visto a tristeza no primeiro velório da minha vida, não tinha idéia do quanto seria doloroso este segundo.
Duas pessoas queridas enterradas num espaço de tempo muito curto. Não há sistema nervoso que agüente.
A incredulidade é ainda maior. Ainda zonzo pela primeira perda, a segunda desabou como uma bigorna sobre os meus miolos. Experimentei o amargo gosto do dia mais triste do ano.
"Bah, de novo" foi a frase que eu mais escutei, acompanhada sempre de pêsames, palavras de consolo e abraços carinhosos, sem os quais não sei aonde estaria agora.
Bom, não há muito o que falar sobre a morte, senão tentar aplacar essa bruta dor que está impregnada dentro de mim e ver se consigo descansar a cabeça. Talvez eu passe um ou dois dias sem escrever, não sei. Pelo menos agora não me imagino escrevendo algo bem-humorado depois desse sábado funesto que eu tive.

Até mais.

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