DIVÃ

Bom, chega de falar de futebol por aqui. Perdemos, ok, bola pra frente. O adversário foi superior, e não admitir isso seria, no mínimo, burrice. Quem não torceu a favor tem todo o direito de tirar sarro, o esporte nos permite esse tipo de situação. Mas, não é por causa de uma derrota que vou ficar chorando pitanga. Segue o baile.
Naturalmente que, se tivéssemos operado o milagre da reversão dos 3 a 0, hoje eu estaria aqui entoando cânticos e bradando aos quatro ventos essa conquista. Não tendo acontecido isso, botamos a medalha do vice na parede e seguimos gremistas até à morte, apenas lambendo as feridas que o Riquelme provocou. Quem pode fazer festa, que faça.

Vivo um momento de tranqüilidade emocional. Afirmo isso com regozijo, pois, a julgar por alguns textos que tenho lido, há uma quantia surpreendente de pessoas mais perdidas que cebola em salada de fruta.
E o que mais me deixa estupefacto é a faixa etária dos citados acima. Pensei que as crises existenciais fossem marca registrada de adolescentes até os seus 18 anos, mas não é bem isso que venho acompanhando. Pessoal aí dos seus vinte e poucos têm passado por poucas e boas, ou pelo menos focam seus textos nisso.
Até exprimo alguma opinião, mas confesso que é complicado compreender certos aspectos. Por que tanta desesperança? O que gera tanta tristeza, tantos conflitos?
Pessoalmente, conforme inclusive já andei "conversando" com o Jader via comentários, percebi uma notável evolução nas minhas reações perante os percalços. Aquele derrotismo dos tempos de dezessete anos deu lugar a uma força que nem eu sabia que possuía, me fez mais tranqüilo e complacente. Tento sempre absorver as lições que uma situação ruim traz consigo e crescer na dificuldade.
Tendo conhecimento de toda a problemática que criei dos 15 aos 19 anos, posso dizer que venci vários fantasmas que assolavam a minha auto-estima. Aquela vaidade imposta que ofuscava um cara deprimido deu lugar a uma auto-confiança alicerçada na superação dos obstáculos, talhada à base de muita parcimônia e perseverança.
Saber que não sou o melhor, mas sou único. Que esse mundo vai, sim, sentir a minha falta, caso uma tendência suicida tome posse do meu psíquico. Ah, e quantas vezes eu quis morrer...
Hoje, não. Quero viver, quero ser forte, ser bálsamo na vida das pessoas e, ao mesmo tempo, construir minha caminhada com felicidade e flores pelo caminho.
Curiosamente, tenho muito menos ditos "amigos do peito" do que tinha há uns três anos atrás. Contudo, preencho essa lacuna cuidando muito mais de mim e dedicando meu afeto à qualidade das amizades, e não à quantidade.
Por todos esses motivos, fica difícil compreender o que gera tanto pessimismo e baixa auto-estima nas pessoas da minha idade. Não quero aqui condenar, mas sim servir de incentivo para possíveis melhoras. Até porque, quando eu tiver meus dias ruins, também precisarei de palavras de consolo, pois com elas sempre fica mais fácil de dar a volta por cima.

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