O SHOW NÃO PODE PARAR

Graças às muitas manifestações de apoio que recebi, às quais agradeço de todo coração, consegui melhorar meu humor e transformar a dor da tristeza em conformação. Deus deve ter lá seus motivos para ter feito as coisas da forma que fez.
A lição que ficou de maneira muito nítida foi a de dar mais valor às pessoas, principalmente os meus familiares. Sábado me culpei muito diante daquele caixão por não lembrar quando tinha sido a última vez que fiz uma visita à minha tia. Aliás, não cheguei a conhecer a casa nova que cada uma construiu, e olha que isso já faz algum tempo.
Mas, como chorar o leite derramado não adianta, tratei de aprender a lição e já estou mirabolando idéias para que esse quadro mude dentro da minha família.
Por falar em pessoas, todo esse baque me mostrou que os laços de sangue não nos abandonam jamais, ao contrário de tantos a quem concedemos o título de amigos. Sem dúvida, passei a valorizar gente com quem eu mal conversava, ou sequer conhecia, parentes da minha mãe de quem eu só ouvia falar. Estes eu sei que lá estarão, dispostos a estreitar as relações que ficaram estabelecidas numa situação nada agradável, mas que mesmo assim aconteceu.
Enquanto isso, hoje conversava com uma amiga e refletia justamente nesse sentido dos diferentes rumos que as vidas de meus amigos tomaram. Atualmente, encontro-me mais sozinho do que já estive em toda a minha vida. À exceção de uma única pessoa, não lembro de mais ninguém a quem possa ligar a qualquer hora do dia caso precise.
O tempo me mostrou que a superficialidade, ainda que a contragosto, é necessária em alguns casos. Sem ela, passei muito tempo questionando os porquês dos afastamentos de meus amigos mais queridos e, enquanto isso, todos acharam seu caminho, deixando-me sentado sobre qualquer pedra, pensando, pensando e pensando.
Não há como competir com namoradas e namorados, tampouco ter a audácia de interferir nas escolhas de cada um. Ultimamente tenho me estressado bem menos com esse tipo de assunto, e minha vida melhorou consideravelmente.
É claro que o pessoal do coral poderá reclamar quando falo em ser superficial, mas advirto que não me refiro a isso no sentido pejorativo. Naturalmente, laços afetivos levam um certo tempo até atingirem a solidificação, e face a isto não posso comparar relacionamentos desse calibre a amizades que já foram questão de sobrevivência na minha vida.
Há quem me interprete mal quando falo essas coisas, mas eu ainda considero um ponto positivo. Essa solidão a qual me refiro não é um coitadismo, ou algo que o valha, mas sim um sinal de alerta, uma constatação de que é preciso valorizar certas pessoas em detrimento de outras, que agora fazem parte do passado e dos encontros esporádicos. Sei que, no tempo certo, Deus mostrará quem são as pessoas especiais que virão para ficar na minha vida, demore o tempo que for necessário. Enquanto isso, chega de ficar estagnado lembrando de quem não volta mais, e isso inclui tanto aqueles que hoje têm outras prioridades, quanto minhas tias queridas, que agora ficarão guardadas no coração como uma lembrança boa, e o desejo de que olhem por nós do lugar aonde estiverem.

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