O FILHO DO PADRE

Mais um causo, dessa vez, um que meu avô contava quando eu era pequeno. Adoro causos. Bom fim-de-semana a todos. =]

Numa pequena cidade do interior, um padre passava por apuros. Sem a assistência médica adeqüada, ele ficou exposto à condições precárias de higiene e contraiu uma verminose. Não bastasse isso, aquela lombriga desandou a crescer e, em poucos meses, o padre tava com uma barriga que parecia que tinha engolido uma melancia inteira.
Preocupados, os membros da comunidade resolveram convencer o padre a consultar um médico, e o levaram para a capital. Chegando lá, o doutor foi taxativo: ou o processo cirúrgico, ou o vigário batia as botas.
E lá se foi o sacerdote para a cirurgia, que, por sinal, correu com perfeição. Retiraram toda a porcariada do bucho dele e puseram numa gamela ao lado da cama.
Vendo aquela cena, uma moça que acabara de dar à luz, mas não tinha condições de criar o filho, teve uma idéia. Jogou fora os vestígios da operação e deixou o berço da criança ao lado de onde o padre convalescia do pós-operatório.
Quando acordou, olhou para o lado e viu aquele bebê adormecido, feito um anjinho. Desesperado, correu até a sala do médico:

- Doutor, por nosso Senhor Jesus Cristo! O que significa aquilo ao lado da minha cama?
- Ora, padre, é o que retiramos do senhor na operação...
- Mas, mas, não pode ser, eu...E o que eu faço agora?
- Faça o que achar melhor, ué.

Diante daquela situação, o vigário resignou-se e considerou o bebê um sinal dos céus. Mesmo mantendo suas atividades na paróquia, exerceu a paternidade do menino.
De início, a comunidade chocou-se com o fato, mas, passados os anos, todos aceitaram, e acabaram até mesmo mimando o filho do padre. E assim seguiu-se por uns 25 anos.
E aconteceu que o sacerdote, já ancião, foi acometido por uma doença séria, sendo até mesmo desenganado pelos médicos. Aflito, em seu leito de morte, mandou chamar seu filho às pressas, ao que foi atendido prontamente.
Quando o filho chegou, o padre fez uma revelação bombástica:

- Meu filho querido, cof, cof... Antes de morrer, tenho que lhe contar algo que você nunca soube...
- O que é, pai?
- Eu, cof, cof, eu não sou seu pai!

(liga música de espanto) TÃ-NÃÃÃÃÃMMM (desliga música de espanto)

- Mas, mas, como isso? - Eu não sou sei pai, mas sou sua mãe! O seu pai é o Dom Feliciano, bispo do Rio de Janeiro!

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