Balanço do Mês (16)

Salve, terráqueos e habitantes da blogoesfera! Após um breve, ressentido e necessário recesso, é com efusiva alegria que venho desligar o modo urso no inverno, retomando as postagens e dando continuidade à minha vida blogueira.
Como lhes disse, foi preciso. Às vezes, mesmo dentre todas as qualidades e coisas boas que temos na vida, sabe-se lá por que motivo, o tempo fecha. E daí, meus amigos, a porquinha torce o rabo. Eu, pelo menos, viro numa quarta-feira de cinzas, confecciono cartazes de "o fim está próximo" e saio pelas ruas chicoteando minhas costas com varas de guanxuma, uma auto-flagelação de despertar solidariedade em qualquer xiita.
Sabedor de que, estando nesses dias, tal qual uma mulher na TPM (nada contra, mas todos sabemos do humor delas nessa época), meus textos virariam na continuação do Apocalipse, resolvi apertar o botão do pause e dar um tempo pra cabeça. Liguei para meus amigos ETs, pedi perdão pelas últimas vezes que os ignorei e eles, amáveis como sempre, me convidaram para apitar mais um torneio de canastra intergalático, ao que aceitei de bom grado.
Foram dias de reflexão intensiva. Recebi conselhos valiosos de Plujkgörken III Alfa Rìbhufwer, que me fizeram enxergar novamente minhas qualidades e recuperar a inspiração para voltar a este espaço.
Durante a semana, os dedos coçaram, não pensem vocês que não brotaram assuntos nesta minha mente fervilhante e tão fértil quanto as terras à margem do Rio Nilo. No entanto, ainda não era o momento, até porque eu não poderia abandonar o torneio de canastra nas quartas-de-final e a internet em Saturno é tão lenta quanto a discada daqui.

Hoje, no entanto, sinto-me pronto para voltar e fazer o balanço deste junho que nos abandona. Essa parada me fez enxergar que a vida precisa de dias tristes. Desconfio de quem afirma ser feliz e saltitante a vida inteira. Toleimas, isso não existe. Tão necessário quanto sorrir e ser otimista, é dar uma limpada no fundo do poço de vez em quando, para manter a pureza da água que dele tiramos.
O que não dá, naturalmente, é fazer disso a nossa rotina. Vejo muita gente que vive se queixando, como se não houvesse luz no fim do túnel. Ora, nem que seja um trem desgovernado, mas algo tem que haver. Eu, graças a Deus, sou feliz. Poderia escrever vários parágrafos exaltando minhas amizades, agradecendo pela saúde que tenho, pela família, enfim, tudo o que me traz felicidade diariamente.
É justamente tudo isso que me dá forças para superar o dito tempo fechado. Se não houver tempestade, não haverá bonança. Isso me faz concluir que uma tristeza tem o papel fundamental de destacar tudo o que a vida tem de bom. Foi isso que fiz, peguei toda a merda e usei como adubo.
A vida é como aquela história da mosca e da abelha, que acredito até já ter citado por aqui alguma vez. A mosca encontra o esterco no meio das flores; a abelha, no meio do esterco, encontra uma flor. Tão simples, que chega a dar nojo. Mas, se tudo fosse perfeito, viver seria algo muito sem graça, porque tudo que é conquistado com superação tem mais valor.
Este foi, sem dúvida, o papel que este junho de 2008 teve para mim. Alheio a fatos, acontecimentos, variação de humor e o cachimbo a quatro, serviu para aquecer o inverno aqui de dentro, já que o de fora parece não ter solução, pelo menos até a chegada da primavera.

Para finalizar, como não poderia deixar de ser, agradeço a quem esperou, comentou, entendeu e teve paciência. Quarenta e tantos comentários, que momento! Muito obrigado pela amizade de vocês, combustível essencial para eu voltar para cá todos os dias.

Até amanhã!