Dias anfíbios

Quarta-feira, 10 de setembro de 2008. Às cinco da tarde, eis que uma escuridão toma conta do céu de Novo Hamburgo. Ao olhar pela janela, fiquei horrorizado ao constatar as luzes da cidade acesa, clareando a foto sobre a mesa (mas eu não estava deitado sozinho num apartamento). E, como minha cidade fica a 40 km da capital, poderia dizer também que anoiteceu em Porto Alegre. Nossa, que parágrafo musical.
Agora eu falo de brincadeira, porém, quando vi aquele breu interminável, imaginei que fosse o fim dos tempos. Cheguei a imaginar os cavaleiros do apocalipse se aproximando, acorrentando a população e levando todos para o juízo final. Raios cortavam a paisagem constantemente e o prenúncio do fim começava a se confirmar.
Todavia, Deus, que é justo, gremista e joga canastra comigo todas as terças-feiras à noite, desmentiu os boatos e transformou a escuridão em chuva. Muita chuva. Tenho a impressão de ter visto Noé pegando um ônibus no centro, e com ele já levava um casal de guaipecas e dois canários-belga. Daquele dilúvio pra cá, não pára de cair água dos céus. E eu estou feliz.
Sim, feliz! As chuvas de setembro são sinônimo da boa nova! O calor está próximo, finalmente. Nesse momento, por exemplo, chove aos borbotões na rua, e cá estou, de mangas curtas, apreciando o aguaceiro com extremo bom humor, quase coachando em loas à chuva, como um sapo faceiro que enaltece a precipitação pluviométrica e dança lambada com suas amadas rãs coxudas.
É claro que essa loucura do tempo traz consigo o lado negativo. Ontem os ventos atingiram quase 100 km/h por aqui, o que bastou para hoje o jornal local estampar em sua capa os retratos da destruição de casas destelhadas e muita gente que acaba perdendo seus bens nesse tipo de tempestade. Essa é a pior parte, sem dúvida, dessa oscilação climática que vem ocorrendo. Uma garganta, à base de antibióticos, é fácil de se recuperar em cinco dias; já uma moradia... Complicado.
Reza a lenda, ou a meteorologia, sei lá, que sábado a chuva cessa. Pelo menos é isso que significa aquele solzinho que vi na previsão do tempo, o que me alegra ainda mais. Essa vida de sapo, definitivamente, não agrega muita qualidade aos meus dias. Dieta à base de insetos, chuva no lombo, criação de girinos (aliás, excelente idéia para outro texto), tudo é muito complicado. E, pra completar, o mercado de princesas está escasso. Se sobrasse ao menos um beijo despretencioso, quem sabe eu poderia voltar a ser príncipe...

17 comentários:

  1. Minha nosssa, 100km de vento por h é muito vento.

    Bjo

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  2. Aqui não anoiteceu mais cedo. E nem houve motivo para músicas, mas acho que fiquei com medo tanto quanto.
    Não falaram que o mundo ia acabar ontem?

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  3. Aqui em Sampa não choveu e o tempo está oscilando, como de costume.
    Hoje fazia um frio de manhã e agora está um calor que ninguém aguenta.
    Bjitos!

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  4. Respondendo teu comentário lá no blog, ainda bem que os enjôos e as ânsias são mero estresse. hihihi
    Bjitos!

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  5. Adivinha quem está de voltaaaaa?? Eu mesma, ao vivo e a cores! hahaha Como está tudo por aqui?
    Ahhhhhhh eu tb quero chuva, aqui em Ata City tá um calor da peeeega! rs;)
    beijo Antônio! saudades dos seus textos!

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  6. Por aqui a chuva deu uma trégua, mas ainda aparece durante as noites... O sol é que resolveu aparecer durante os dias (a tempos não o via direito)...

    Mas ei... Já já chega o calor gostoso...

    Beijão pra tu

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  7. Pode ficar com esse troço por aí, que aqui já tivemos em dose suficiente ano passado. Eu nunca pensei que um dia veria chuva cair na horizontal. E vi. Cruz credo!

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  8. depois que inventaram a máquina que reproduzirá o big bang, até um objeto pesado ao cair no chão me assusta, sempre acho que é o fim do mundo. tsc...
    "quero mais verão [...] quero mais fevereiro [...] quero praia e sol, quero namorar..."
    hahaha. blog muuuito bom sim senhor! (y)

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  9. Pois eu tava acompanhando tudo pelos noticiários. São Pedro tá meio brabo com os pampas... o.O

    E no RJ, com osempre, sol e calor!
    Quer trocar? Tô com saudade de PoA

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  10. ihhh hehehehe

    eu sabia que esse anfíbio estava com segunda intenções por aí hehehe

    =*

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  11. Amigo, te garanto: ANOITECEU EM PORTO ALEGRE. E, Pitanga estava presa no aeroporto (nosso querido a.Salgado Filho). Era uma chuva, um vento, um frio, um calor, uma raiva, um atraso, um caos, uma gritaria, um barulho (mistura de trovões, ventos, aviões pousando e gente "pentelhando" em volta)...era minhoca pra tudo quanto é lado na terra gaúcha. Nhéca!

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  12. Cara! Se eu já estava rindo a toa, hoje (sábado), pude rir ainda mais.
    Muito bom mesmo.Ah, e quanto as príncesas, às vezes é preciso correr atrás mesmo - se é que me sacas.
    Um forte abraço, Tchê.

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  13. Tivemos um dia desde ontem por aqui...
    Uma tempestade bem forte... e euzinha no shopping passeando enquanto isso... rs
    Mas vi os estragos na hora de ir embora...

    Beijo

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  14. Aqui até choveu bastante, mas não escureceu assim tão cedo, não a ponto de eu me assustar.
    Preciso falar pra minha mãe que Deus é gremista também. Ela é super gremista empolgada com futebol, nunca vi!
    Eu não consigo me alegrar desse jeito com a chuva que ficou a semana passada inteira me acompanhando. Só se for pensar que isso indica o fim do inverno. Pelo menos agora tem sol. =)
    Adorei o fim do post! Quero só ver o post sobre criação de girinos (e eu podia contar sobre quando fui derrubada/caí numa lagoa tentando pegar girinos num copo de plástico... boa ideia). E boa sorte na busca às princesas!
    Beijo!

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  15. Sim, depois eu que sou o exagerado do grupo né: "Juízo Final". Te dou o desconto da licença poética, hehehe.

    Bem, que venha o verão, o sol torrante, as criancinhas morrendo de sede no nordeste, as praias, a água salgada na língua, o suor interminável, o bafão sem a trégua de um vento...

    Abração, maninho sapo!

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  16. Que o verão logo chegue por aí com aquele sol escaldante que faz doer a cabeça. Aí tem isso? :)

    :***

    P.S.: E vi no noticiário as suas citadas notícias de destelhamento de casas, etc e tal.

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  17. Aqui no Rio também chove bastante, caro gremista... E assim como você, estou feliz! Deixa cair, rolar pelo afasto... Uma hora toda ela escoa ou evapora, fato! Quando as moradias roubadas aí pelo vento, deixo minha tristeza em comum com a sua. É uma verdadeira pena.
    Já quanto as princesas, elas estão por aí esperando a hora certa de aparecerem por este brejo. Fica calmo...rs

    Forte abraço!

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