Eu gostei do baile véio!

Nessas férias, o que eu mais fiz foi pensar. Pensei em tudo, tudo mesmo, até mesmo pensei em não pensar. De outubro pra frente, abateu-se sobre mim uma aura funesta e, para não provocar choro, ranger de dentes e qualquer menção que os fizesse recordar o Muro das Lamentações, optei pelo ostracismo.

Deu certo.

A grande surpresa, no entanto, está no mais importante motivo que me compeliu a retomar os trabalhos por aqui com tanto vigor. Sempre escrevi por mero hobby, vocês sabem, gosto de bagunçar as palavras, transformá-las em algo que muitas vezes surpreende até a mim mesmo, seja pela ausência, ou pela presença de alguma partícula de qualidade.
Todavia, de todos os motivos que têm algum peso para que eu mantenha um blog ativo, o que prevaleceu para 2009 foi, disparado, as amizades que criei através daqui. São poucas, mas são verdadeiras, eu sinto isso. Pessoas que estão lá do outro lado do Brasil, ou mesmo ali, na vizinha Santa Catarina, e que me conquistaram através de incentivos, demonstrações de afeto, companheirismo e boas doses de gargalhadas.
Enfim, identifiquei um bem abstrato, mas ao mesmo tempo palpável, que é reconhecer que mudei a vida de alguém para melhor através de uma simples atitude minha: a de sentar em frente ao computador, escrever alguns parágrafos e publicá-los. Tantas vezes que pensei em mudar o mundo de maneiras astronômicas, querendo começar pela Via Láctea, quando o fio da meada estava bem diante do meu nariz. É bom sentir isso.

Sobre os assuntos, bem, já me convenci de que sou uma eterna caixinha de surpresas. Certa vez, alguém me disse que sou imprevisível, e lembro que fiquei pê da vida com a pessoa, achei um acinte, mesmo porque o contexto se referia a algumas atitudes minhas que eu considerava corretas. Bem, deixa pra lá, são águas passadas.
O fato é que a danada tinha razão, eu sou mesmo uma metamorfose ambulante, pelo menos escrevendo. Não consigo me propôr unicamente a narrar fatos pitorescos da minha vida, expor meus sentimentos, opinar sobre assuntos polêmicos, ou os três ao mesmo tempo. Simplesmente dá na veneta, e eu desato a digitar num rompante, como uma tropa de éguas disparando num varzedo. Dá texto, é verdade, mas é engraçado.

De qualquer forma, as pessoas começaram a me elogiar assim, admiraram alguma capacidade que eu tenho e, sinceramente, falta-me modéstia para bancar o politicamente correto e dizer que não possuo habilidade para formar meia-dúzia de frases. Posso não ser gênio, mas é burrice deixar de reconhecer uma qualidade minha.
E, a partir dessas apologias, que não foram poucas, passei eu mesmo a me admirar, mas não de maneira a me considerar melhor do que ninguém, pelo contrário, meu sonho é um dia ser um protótipo de David Coimbra. No entanto, melhorou minha auto-estima, meu amor próprio, e isso fez com que minha vida melhorasse. Por conseqüência, amadureci e passei a tratar melhor as pessoas, entender minha missão aqui na Terra e aceitar minhas limitações.

Tudo isso, meus caros, me traz de volta a esse espaço. Não sei ainda de que forma, mas prefiro primeiro seguir o imã que me atrai até aqui, para depois definir qualquer tipo de perfil, ou algo que o valha. Nem que seja para concluir que não há perfil nenhum, e sim um cara que encontrou uma maneira boa de usar a internet e melhorar seus dias com isso.

É isso aí. Sejam sempre muito bem-vindos à minha humilde morada virtual.

E segue o baile.

6 comentários:

  1. Em mim bate uma felicidade em saber que passarei por aqui e encontrarei palavras que formam frases que formam textos, esses muitas vezes me arrancam risos descontrolados e/ou uma reflexão daquelas.

    Bom DEMAIS saber que você voltou!

    Beijão!

    =)))

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  2. Dou pulinhos de felicidade do lado de cá do micro, ao saber que poderei chorar ou gargalhar com os textos pra lá de bem redigidos e com um toque "gaudério" que só tu, só tu, sabe nos propôr.

    Não se limite a temas, Antônio. Quanto mais imprevisível fores, maior será a vontade de te visitar, para saber qual a surpresa que o desenrolar dos (teus)fatos irá nos dar. É realmente uma caixinha de surpresas, pois, dentre tantos relatos de uma nada mole vida, é possível encontrar textos tocantes, daquele que, por hora, tem que voltar para ler. Exemplo disso é aquele, do cão e do gato que, de todos, ainda é o meu preferido.


    Que bom que estás de volta!

    Um beijo,
    Fê.

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  3. Agora sim, a blogosfera faz sentido de novo!

    Faço votos de que o magnetismo que te traz pra cá fique forte, pelo bem de todos os que, como eu, são fãs das tuas palavras e teus textos.

    Até por que essas minhas amizades me inspiram ainda mais desse jeito! hehehehe

    Abraço forte!

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  4. "Posso não ser gênio, mas é burrice deixar de reconhecer uma qualidade minha."


    É disso que falo quando apologizo o texto masquemomentista.

    You rules, AA.

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  5. Fico tãooo feliz em te ler novamente que tu não imagina! Ô saudade de tu, guri!!!!!
    Gosto dessa tua casa desde quando tinha outros endereços...

    Um beijão pra tu

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  6. E é bom vê-lo de volta!
    Bjitos!

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