Caminhos das Chinas e Programas de Índios

Acabo de presenciar o início de uma cena épica na teledramaturgia brasileira. Nada menos que Lima Duarte, Tony Ramos e Laura Cardoso, juntos. Já fui um noveleiro mais efusivo, principalmente quando dispunha de tempo suficiente para acompanhar novelas e, principalmente, quando a grande maioria delas tinha algum valor.
Atualmente, além da labuta, que me consome boa parte das lamparinas do meu juízo - novelismo aguçado detected! - é raro que uma novela seja suficientemente boa e digna de ser acompanhada. De qualquer forma, não estou aqui para roubar o lugar do Leão Lobo e fazer uma análise crítica de Caminho das Chinas, digo, das Índias, mas sim para sublinhar a admiração que tenho por bons profissionais e, como de costume, tentar tecer alguma analogia barata.
Me chamem de fútil, de opaco (eu disse opaco, não Opash), digam que perco tempo com baboseiras televisivas, tudo bem, eu aceito, afinal, quem paga minhas contas sou eu, o que me dá direito de equilibrar meus chakras (escrever logo após uma novela não é boa idéia...) acompanhando o programa que quiser. Ainda assim, sigo afirmando que fiquei arrepiado ao presenciar uma cena com três baluartes da televisão brasileira, de gabarito tal, que ainda me compelem a vidrar em frente à tela para assisti-los.

Como não consigo mais seguir uma novela do início ao fim - mesmo porque a maior parte delas é uma porcaria - desenvolvi uma tática muito usada por várias pessoas, com a diferença que muita gente finge que não vê: assisto aos primeiros e aos últimos capítulos, dando uma espiada voltimeia só pra não perder o fio da meada. Tem dado certo, pelo menos com essa dos dallits.
Que saudades de Tieta, O Rei do Gado, Vamp, Rainha da Sucata, Salvador da Pátria, O Cravo e a Rosa, A Indomada e tantos outros folhetins que marcaram a minha infância. Minhas primeiras imitações foram de personagens de novelas, o que significa dizer que eu nada seria em termos pseudo-artísticos não fossem as tantas horas que estive petrificado em frente a um televisor.
É por isso que, nostalgicamente, quando vejo um bom ator atuando ainda fico paralisado, como que contemplando uma parte da minha vida que não volta mais. Além disso, há o efeito balsâmico da fantasia, o qual tantos ditos intelectuais criticam como emburrecimento da população, mas que não passa de puro divertimento. Bom mesmo deve ser o horário político gratuito. Se cada um seguisse a máxima de cada macaco no seu galho, seria tão mais fácil...

Viajando mais a fundo na maionese, o que é a vida, senão uma surpreendente novela? A realidade pode aparecer distorcida na telinha, com todas as mulheres engravidando, todos os pares casando e os mocinhos vencendo sempre, mas não há de ser tudo mera invencionice dos autores.
Resistimos, diversas vezes, a encarar os acontecimentos como de fato ele são. Ou ninguém nunca viveu, ou não conhece ninguém que tenha um amor mal resolvido, que dura anos para se resolver ou dissolver? Fosse isso verdade, metade do povo na rua não estaria bradando are babas e baguans keliês com a fluência de um habitante de Nova Dehli. Posso ficar parado em frente à tevê feito uma coluna do templo, mas, ao invés de criticar deliberadamente, prefiro refletir sobre o que vejo e tentar agregar qualquer conhecimento à diversão, ao invés de bradar moral de cueca por aí.

É por esses e por tantos outros motivos que amanhã não perderei, de jeito algum, nem que eu cruze com uma viúva ao sair de casa, o último capítulo da novela, pois em minhas veias ainda corre um resquício de sangue noveleiro. Laura Cardoso, Tony Ramos e Lima Duarte juntos? Não perco, nem que a vaca tussa! E olha que na Índia ela é sagrada...

Namastê!

5 comentários:

  1. Parece eu com essa das novelas. E eu acompanho essa em questão só pelos comentários das pessoas e dizem que esta está acima de todas as expectativas e é uó do borogodó.

    Na faculdade o povo sai mais cedo pra pegar a novela, acredita? Eu como não moro na mesma cidade me dou mal-mal e fico sem ver, só sei.

    Mas assisto ao final também. Bendito seja os reprises nos sábados!

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  2. Também não pretendo perder o final da novela. Comecei assistir a Caminho das Índias sem pretensão, culpa das minhas férias.
    A noite não tinha muito o que fazer na praia, e só a Globo pegava na TV, então...
    E desde lá acompanho a novela. Não fielmente, perdi vários capítulos, mas não deixei de saber o que acontecia, porque acompanhava pelo resumo na internet. hihihi
    Bjitos!

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  3. Confesso que faz tempo que não assisto novela...
    É que acho que já faz um tempo que elas vem sendo tão iguais... E ainda mais que, quando passa, estou na aula... Isso me deixa sem entender várias das palavras que tu usou...

    Beijão pra tu

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  4. Oi Antônio!

    A-mei o post. E concordo que nem tudo que passa nas novelas são abobrinhas, muita coisa é bem aproveitável para nossa vida. Claro que como tudo o que existe no mundo, tem seu lado ruím. Mas "are baba", nada é perfeito!

    Ah, eu vinha comentando teus posts com a conta errada, a conta que uso no Blogger, é essa de agora.

    Bjbjbj.

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  5. Confesso que não sou de ver novela, mas, consequência das férias "forçadas" eu fiquei vendo e me amarrando em comentar hauhauahaa

    Estudei uma vez sobre a índia, fui fazer pesquisa em templo induísta, hare krishna... A novela foi ótima pra ver as festas, as teorias do que eu tinha lido e estudado!
    Tik?

    =D

    SAUDADE DANADA DE LER VOCEÊÊÊ ANTONIOOOOOOO

    =***

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