Pra desopilar

Desatei a escrever
por não saber
o que dizer.
O que fazer?

Não paro de falar
e me atrapalho,
"quebro o galho".
Falho.

Se amar fosse fácil feito rima,
onde a de baixo completa a de cima,
eu não invadiria teu espaço, tua vida,
fazendo estardalhaço, criando ferida.
Doída. Doida.

Mas, não, amor é esquisito,
disforme,
cada batida é um solavanco,
não tem conforme.
Mesmo assim, acho tão bonito,
apesar de manco,
porque pra mim é infinito.

Te amei na lágrima da capela,
nas horas ao telefone,
e ainda amo tanto, feito novela,
até quando quer silicone,
tão bela.

Se fosse fácil apagar,
esquecer, optar,
como borracha escolar...
Não cola.
Enraizou lá na escola,
não dá pra tirar.

Não é perfeito,
é só meu, é sincero.
Dizes que não,
eu finjo que aceito, mas não quero
e duvido do teu coração,
mesmo que digas que é razão,
sei que pulsa no peito,
lá no fundo,
pinguinho de solidão,
no teu mundo,
se não tem,
vai ter saudade,
ela vem,
essa, sim, invade,
por mais que canse,
não dá chance.

Sigo assim, amando,
esperando, fingindo,
controlando, sentindo.
Sinto dor.

Mais que ela, sinto,
por puro instinto,
seja adulto, ou criança,
maduro ou lambança,
que, enquanto assim grande for,
vou cuidar com esperança,
mesmo que às vezes não rime,
do meu e do teu amor.

Porque é nosso.
Porque sei que posso.

2 comentários:

  1. sua poesia é musica pra meus olhos!

    muito lindo tudo isso!

    "Se fosse fácil apagar,
    esquecer, optar,
    como borracha escolar...
    Não cola.
    Enraizou lá na escola,
    não dá pra tirar."

    cante sempre! meus olhos e meu coração agradecem! ;)

    bjo

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  2. Faz tempoooo que eu não consigo rimar...
    Bjitos!

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