O Livro e o Sonho

Ainda não havia escrito nada para mencionar especialmente a criação, a preparação e o lançamento do meu primeiro livro. Já dei algumas pinceladas sobre ele, inclusive destacando a nota que saiu no jornal essa semana, porém não se tratava de uma postagem oficial sobre a obra em si. Vamos a ela, portanto.
Como Deus, o mundo e o Facebook já sabem, tendo iniciado março hoje, adentramos um mês deveras especial na história deste blog. No próximo dia 21 de março, este espaço será eternizado na figura de um livro, um ato que registrará para sempre a existência das tantas linhas que já escrevi por aqui e dividi com a mais variada gama de amigos, leitores, familiares e até mesmo desconhecidos.
Se alguém resolver fuçar nos arquivos do blog aleatoriamente, por certo encontrará assuntos dos mais variados publicados por aqui. Desde o início de tudo, em 2004, meu jeito de escrever mudou um bocado. Até podemos considerar que houve um amadurecimento, mas prefiro classificar como desvio de rota.
Ao criar um diário virtual, normalmente a pessoa o faz por motivos pessoais, sem ter uma preocupação com privacidade e a repercussão que um texto publicado pode render. Lembro que no início qualquer assunto passava no filtro e virava postagem. Confesso que, em partes, me arrependo um pouco apesar de nunca ter apagado uma publicação antiga. Que fiquem ali para eu conseguir mensurar os avanços que conquistei.
Em meados de 2006 foi que aconteceu a grande transformação. Fui trabalhar numa empresa onde o ócio predominava sobre o meu ser e, ao mesmo tempo, a inspiração chegava de mansinho feito gato negaceando beija-flor. Como o tempo disponível era grande durante o expediente, passei a conhecer melhor o que chamam de blogosfera, interagindo com outros blogueiros e desenvolvendo relações de amizade. Mal sabia eu o quanto minha vida mudaria a partir dali.
Encontrei gente de primeira classe, pessoas que me fizeram rever o conceito de precisar ver alguém fisicamente para estabelecer uma relação fraterna. Passamos a trocar visitas em nossos blogs, bem como opiniões, confidências e ideias de renovação. Isso estabeleceu uma espécie de compromisso com as atualizações, uma vez que este espaço se tornou um elo de ligação entre mim e os amigos de longe.
Outrossim, o pessoal de perto começou a acompanhar cada vez mais as postagens. De boca em boca, a divulgação foi crescendo, e em 2008 consegui uma boa média de cinquenta visitas diárias, o que me fazia crer que era preciso continuar escrevendo. Havia um compromisso simbólico com quem gostava de ler o que eu criava, bem como o feedback positivo me deixava muito feliz.
Dentre as inúmeras abordagens das quais sempre tratei, comecei a perceber com nitidez a preferência dos amigos pelas postagens que continham a comédia como tema central. O nome "Que Momento" sempre permitiu que eu tratasse dos assuntos que bem entendesse, uma vez que o importante sempre foi relatar os meus momentos. Hoje mesmo li um livro que contava um pouco sobre a trajetória de Moacyr Scliar, que escrevia sobre os mais variados temas e, convenhamos, foi um gênio. Fiquei feliz em saber que o mestre também transitava por tantas esferas, dá mais vontade ainda de tê-lo como referência.
No entanto, a veia cômica foi obtendo relativo destaque e tive a felicidade de emplacar algumas crônicas em sequência que tiveram boa aceitação. Resolver rir da minha própria desgraça foi o verdadeiro pulo do gato, pois abriu um leque de histórias sobre as quais eu poderia escrever com tranquilidade e adicionando boas doses de humor para tornar ainda mais atraente.
Começaram a surgir, finalmente, as sugestões de lançar um livro. Lembro como se fosse hoje da primeira pessoa que tocou no assunto com veemência: Laura Cappelatti. Num primeiro momento, considerei até um certo exagero. Nunca havia pensado em escrever um livro por julgar que não fosse capaz de emaranhar um tema do início ao fim. Todavia, a crítica positiva passou a vir de cada vez mais gente, muitas que nem me conheciam pessoalmente, e a semente acabou germinando.
Decidi fazer um apanhado das crônicas onde a comédia prevalecia e analisar se teriam o calibre de sustentar um livro. Isso foi há mais de dois anos. Fiz contato com o meu amigo Frodo, da Editora Multifoco, que já havia me convidado para escrever um conto e participar de uma antologia publicada por eles. Perguntei se seria possível publicar uma obra com as minhas crônicas e tive a felicidade de receber o sinal verde imediatamente.
Daí em diante, enrolei este pobre homem por mais de setecentos dias até finalmente dar o pontapé inicial. Selecionei vários textos, porém os deixei adormecidos por muitos meses. O lado bom desta preguiça toda é que, justamente neste período, brotaram inúmeras crônicas novas. A maioria das que estarão no livro foram escritas após a ideia de organizar uma coletânea.
Finalmente, no ano passado o tatu saiu da toca. Em meados de março, há praticamente um ano, decidi com firmeza que o livro deveria existir e comecei a sacudir as pulgas. Tive o incentivo bárbaro das amigas Fê Probst, Ana Flávia Sousa e Luciana Brito, com quem conversava diariamente e cujas empolgações foram um combustível importante para eu procurar um serviço de revisão e fazer nascer a criança. Este processo demorado e meticuloso foi atribuído à minha nova amiga Sheila Mendonça, de quem recebi dicas valiosas através das quais pude entender um pouco mais sobre a importância do que é publicado em um livro.
E agora, depois de tudo o que foi relatado nos parágrafos acima, estou aqui aguardando solenemente pela noite de 21 de março, quando receberei meus amigos para eternizar esta trajetória. Desde que passei a divulgar o evento surpreendo-me todos os dias com a repercussão positiva e o apoio das pessoas. É um carinho que faz valer a pena todo o esforço empregado e torna verossímil a benesse de resolver publicar as benditas crônicas.
É o momento mais feliz da minha vida, tudo vem acontecendo muito rápido e não faço a mínima ideia do que virá pela frente. Sinceramente, nem quero saber também, perderia a graça. A única coisa que realmente desejo é continuar contando com todos os amigos e leitores ao meu lado. Todos vocês, viventes macanudos, peleadores e essenciais para a realização deste sonho. Todos, sem exceção, tem o meu agradecimento eterno pela ajuda na criação de tudo o que já escrevi.
Portanto, aguardo todos os que quiserem prestigiar e comemorar comigo na livraria Ex Libris, em 21 de março, quando em uníssono limparemos a garganta, estufaremos o peito e entoaremos em coro: QUE MOMENTO!



8 comentários:

  1. Que momento!
    Muito feliz por ti e ansioso pelo grande dia! =D

    Abraço!

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  2. Ahhhh que carinhoso você me citar! Vou te falar o que vem pela frente: só coisas boas! \o/ Você vai ver! Você tem o dom de cronista e ser cronista é muito difícil, viu? E ainda mais cronista com pitadas inteligentes de humor aí não é para qualquer um mesmo e acredite, pois trabalhando há 4 anos com revisão de texto, sei bem do que falo, Antônio. Te desejo todo o sucesso e reconhecimento do mundo que você e seu "Que Momento" merecem! :)
    Abraços e foi um prazer trabalhar contigo, me divertia a cada vez que lia e relia suas crônicas e também obrigada por me fazer conhecer o vocabulário muito próprio do gaúcho. Adorei tudo!
    Sheila Mendonça.

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  3. Ai Ton! Eu nem sei mais o que te falar! Faz pouco tempo que nos conhecemos, mas você já é um grande amigo, que quero sempre bem!
    Estou emocionada com este seu filho prestes a nascer, e por ler aqui, que nossa empolgação de impulsionou! Fico muito, muito feliz de ter contribuído um pouquinho com esta sua realização!
    Estou muito feliz por você!
    Saiba, que de coração, estarei aí, vibrando com você e entoando junto ao coro um orgulhoso QUE MOMENTO!

    Muito sucesso! Que este lançamento ainda te traga surpresas maravilhosas.

    Parabéns, parabéns, parabéns!
    Grande abraço mineiro!

    Ana.

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  4. Que massa, Antônio! Estou muito feliz por você!
    Publicar um livro deve ser algo... indizível. Deve ser... ai, deve ser incrível. Fantástico. Maravilhoso. Inesquecível.
    A distância não permite, mas eu gostaria de prestigiar o lançamento do seu livro e ainda faria questão de ter o exemplar com uma dedicatória bem bonita.

    Fiquei muito contente com a sua visita em meu blog, mas principalmente com as suas palavras gentis.

    Seu canto é um encanto. Adorei essas cores lindas do layout: preto, azul e branco.
    Grêmio ♥!

    Um abraço!
    E sucesso!

    Sacudindo Palavras

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  5. Que momento maravilhoso, Antônio! Estou muito feliz por você. Apesar de conhecê-lo a pouco tempo, já admiro muito o seu trabalho aqui no Blog. Eu gostaria de ir ao lançamento do seu livro, mas estarei muito ocupada durante o mês de março aqui em Santa Maria. Espero que seja um sucesso. Deve ser muito bom lançar um livro. Beijos e um ótimo fim de semana.

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  6. Verdade que andei sumida, mas eu estava lá no começo... Quando escrever ainda era uma brincadeira...
    Meu querido Antônio, fico imensamente feliz em saber do teu livro. Gostaria muito de poder ir para o lançamento! Que orgulho, meu amigo! Te desejo tudo de melhor e muito sucesso!!!

    Beijão

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  7. Orgulho define!

    Não vejo a hora de ter essa obra em minhas mãos!

    QUE MOMENTO!

    um beijo

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  8. Orgulho define!

    Não vejo a hora de ter essa obra em minhas mãos!

    QUE MOMENTO!

    um beijo

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