O ano que poderia continuar

É difícil até saber por onde começar a escrever quando se trata de um texto de fechamento do ano. Primeiro porque são muitos fatos relevantes e várias considerações necessárias a serem feitas; e segundo porque estou há bastante tempo sem aparecer - algo que aliás é corriqueiro na história do blog - e com isso acumulam-se as reflexões de última hora.
Bueno, mas devo dizer que estou num momento da minha vida pouco afeito a balanços, melancolias e perspectivas inalcançáveis. De uns tempos para cá, tenho felizmente vivido um dia de cada vez e praticado o famoso desapego às causas desnecessárias, o que certamente vem retardando o embranquecer de minhas escuras melenas. Desde que adotei esta prática a vida ficou bem mais leve e fácil de carregar sob os ombros, de maneira que nem calosidades ela gera mais.
Por outro lado, seria hipocrisia não escrever um texto a respeito do magnânimo ano de 2013, aquele que sem dúvida cansei de classificar como "o melhor ano da minha vida", e aqui temos uma espécie de contrassenso do bem, que será respeitado por mim com uma dose de vista grossa e benevolência à licença poética.
Dois mil e treze foi do caceta, amigos! Que ano! Além dos acontecimentos marcantes que serão citados a seguir, 2013 sobressaiu-se por ser aquele ano em que minhas manhãs foram mais belas, meu humor esteve melhorado e as mudanças de pensamento a respeito de inúmeros assuntos vieram apenas acrescentar qualidade aos meus dias. E, aqui, entrego-me à maioria regida pelo calendário gregoriano para humildemente dizer que, se pudessem vir mais uns dez ou doze meses pela frente com a alcunha do treze, eu em nada ficaria aborrecido. De todo modo, como o tempo não para, sigo belo e pimpão para catorze, não sem antes mencionar o que me fez feliz neste ano que terminará amanhã.
O lançamento da coletânea Que Momento! em março, livro que eternizou as melhores crônicas de humor escritas por mim até então foi, sem dúvida, um fato que deu a 2013 a primeira oportunidade de tornar-se especial. Foi um período importante para divulgar meu jeito de escrever, ainda que eu nunca tenha me considerado um escritor de verdade. Aceito os elogios e concordo que escrever um livro não é tarefa fácil, mas ainda assim preferi não levar a coisa para o lado profissional a fim de evitar que a prática da escrita se tornasse uma obrigação, o que certamente tiraria dos meus textos a naturalidade, característica que sempre considerei ímpar no meu modo de relatar o cotidiano. O livro está aí, ainda vendo para quem quiser guardar de recordação e me ajudar com uns pilas, ainda mais que agora terei um filho para sustentar, mas vamos parar por aqui com essa adesão massiva ao status literário e voltar para o mundo real, ok?
Por falar em filho, sigamos nesse tópico e ignoremos a cronologia. Tchê, vejam vocês que emprenhei a nêga véia. E não levem a sério este meu jeito xucro de falar do meu/minha rebento(a), pois advirto que já sou um papai babão demais da conta. Procuro não externar muito por uma questão puramente comportamental, porém a vida certamente ficou mais leve após a notícia da gravidez da Dani. É um motivo de felicidade eterna e que requer grandes responsabilidades, contudo sei que estamos prontos para o desafio e que nossa família vai enriquecer muito com essa experiência. Pra ser sincero, já estão todos em polvorosa.
Vivi a veterinária como nunca! Mergulhar de cabeça nos estudos fez de mim um cara mais jovem. E eu, que fugia com a empáfia dos ignorantes de cursar uma faculdade, hoje não me vejo mais sem as aulas do curso que me colocou novamente nos trilhos do otimismo. É por essas e outras que não posso me queixar do ano que tive, pois 2013 serviu para ajustar meus caminhos e acrescentar positividade à minha existência.
Um parágrafo também faz-se obrigatório a respeito da viagem que fizemos a Minas Gerais para conhecer a querida Ana Flávia, minha amiga blogueira do coração. Já escrevi um texto que fala de tudo o que foi sentido naquele fim-de-semana de junho (clique AQUI para reler), no entanto preciso reafirmar que com muita frequência me pego pensando em todos os amigos que deixei por lá e fico planejando quando será a próxima oportunidade que terei de passar dias felizes em Santo Antônio do Monte. Como sempre diz a Anina, foi "lindimais".
Outras tantas coisas boas aconteceram neste ano que ficará marcado para sempre e que agora está perto de seu fim. Se parasse para recordar, certamente preencheria parágrafos com espantosa facilidade, pois 2013 foi um período a ser guardado em lugar especial da caixinha de recordações. Só que, todos sabemos, o próximo ano está aí, não pede licença para chegar e, se piscarmos, ele voa. Que venha então 2014 e traga consigo novas oportunidades, que seja vivido com intensidade e conquiste também seu espaço na história de nossas vidas. Sem saudades do que foi, nem angústia pelo que virá, apenas certos de que tudo acontece na hora certa e deve ser aproveitado como se fosse o último instante possível.
Não sei quando voltarei a escrever, nem mesmo tenho planos de escrever um novo livro. Minha vida quemomentista é assim, sem hora marcada para começar ou terminar. Por enquanto, tenho um quarto de bebê para planejar e, na medida do possível, passo para dar notícias. Tudo será avisado pelo Facebook. E, do fundo do meu coração, desejo que o 2014 de todos os que passam por aqui seja próspero, frutífero e inesquecível!