Que o vício é que nem sarnoso!

Há muitos dias que venho namorando um retorno ao blog. Pela nonagésima vez. Acabo de dar uma espiadela nos históricos e, macacos me mordam, foram apenas nove postagens nos últimos dois anos. Em 2017, escrevi DOIS textos, praticamente um fundo do poço literário. Vontade nunca me faltou, mas as desculpas para não escrever também foram abundantes.
São catorze anos de blog, e nesse tempo muitas coisas mudaram. A internet mudou, o perfil dos leitores, a maneira como as opiniões são interpretadas e, claro, minha vida sofreu inúmeras transformações. Se quando comecei era apenas um molecote de dezoito anos, hoje alvissareiros fios brancos começam a despontar nas laterais de minha abundância capilar, tornando o outrora negrume das melenas agora um aspirante a grisalho.
Sei que vou parecer um ancião falando, mas a idade vai substituindo a impetuosidade pela ponderação. Ou seja, a gente pensa duas, três, quatro vezes antes de falar. Que dirá de escrever, uma vez que na internet não se publica nada a lápis. E por aí foram seguindo meus caminhos, com dias cheios de ideias e repletos de reservas em continuar escrevendo sobre o cotidiano.
Ainda assim, toda vez que suscitei deletar o Que Momento, uma força oculta sempre impediu. Deixava o coitado aqui, macambúzio, criando pó virtual... me culpava por isso. Fico dolorido até agora para ser sincero. Foi dessa forma que, pensando longe, fiquei olhando para o notebook fechado e decidi abrir a tampa outra vez.
Quem sabe agora, formado veterinário, pai de uma mocinha, com trinta e poucos, haja algo de novo para contar. Confesso que ainda com cautela, porque não quero alimentar os juízes das redes sociais, mas talvez com esperança de resgatar os velhos e bons leitores, que nesses catorze anos transformaram-se em amigos queridos e fieis.
Vou devagar, vou aos poucos. E que os deuses da escrita me livrem da procrastinação!

2 comentários:

  1. Que alegria, Ton! Te ver de volta, ter suas palavras e seu jeito todo seu de escrever.
    Nem me fale em pó virtual, o coitado do Prato está ao Deus Dará desde a aventura do Beda 2015.
    Ensaiei a volta em novembro, escrevendo para a sementinha que tínhamos, depois a perdi e perdi toda a vontade. Mas com você de volta, me fez cósseguinhas no coração e deu vontade de escrever alguma coisa.

    Que bom que voltou e que nunca deletou o Que Momento!
    Seja bem vindo, amigo.

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  2. Volta muito, volta sempre! A gente tá aqui só na torcida. Volta e fica! Que o mundo não é o mesmo sem suas palavras, sem podermos pensar e/ou falar: Que momento!
    Conta mais, conta mais... Conta muita coisa!

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