IMPULSOS

Ser humano ansioso que se preze, conhece muito bem o título desse texto. Levando-se em conta que faço parte desse grupo, o de pessoas ansiosas, convivo quase que diariamente com os impulsos, sob todos os aspectos.
Pelo menos para mim, é muito difícil conviver com os impulsos. É como se eu fosse uma cidade japonesa, pacata, com seus moradores plantando moranguinhos e conectando seus telefones celulares à internet, quando, de repente, um terremoto de 9,2 pontos na escala Richter (não sei se é assim que se escreve) destruísse completamente a cidade. No entanto, o terremoto duraria apenas 42 segundos, deixando apenas os destroços para a cidade ter de ser reerguida posteriormente.
É assim que acontece comigo. Estou tranqüilo, pensamentos fervilhando, quando, de repente, tomo uma decisão e transformo-a em atitude prática. Devo admitir que muitas vezes meus impulsos têm efeito contrário ao do terremoto, e acabam resolvendo algum eventual problema meu, mas, na maioria das vezes, acabo me arrependendo do que fiz.
Não obstante, ocorreu com a minha pessoa, hoje mesmo, um daqueles impulsos que consertam tudo. Estava eu, pacatamente (como uma cidade japonesa), na fazenda do meu avô, refletindo sobre algumas burrices, frutos de impulsos, que eu havia cometido no Natal. Com os meus avós descansando, resolvi dar uma volta para acalmar minha ansiedade. Aproveitei para levar meu celular junto (na fazenda só dá sinal em cima dos morros) e ver se havia algo de novo. Quando liguei meu celular, cinco mensagens em seqüência chegaram, e todas trazendo más notícias a respeito das minha atitudes impulsivas de outrora.
Em meio ao meu caos mental, tive mais um de meus impulsos. Aconselhei-me com minha avó, ao que ela apoiou efetivamente. Resolvi, de uma hora para outra, arrumar minha mala e voltar para Novo Hamburgo, para consertar a burrada que havia cometido. Agora aqui estou, com a passagem comprada, para que tudo volte ao seu curso normal e resolva-se tudo de uma vez por todas.
Mas, com certeza, estou feliz. Confesso esperar que este tenha sido o último de meus impulsos, para que eu pare de assustar pessoas importantes, como fiz hoje com minha família. Eu tenho consciência de que preciso pensar antes de agir, porém fui obrigado a ver o lado bom dessa minha personalidade rompante.
Vejo que tudo é uma questão de auto-aceitação, de saber os próprios limites e tentar lidar com eles, afinal, a vida é um eterno jogo, no qual a vitória tem de ser constantemente almejada. Com tudo isso, tudo o que eu desejo é a minha felicidade, em conjunto com a felicidade daqueles que me rodeiam, ainda que eu não possa agradar a todos.
No fim das contas, minha cidade japonesa retomou sua rotina. Tomara que agora os moranguinhos cresçam viçosos e que os celulares fiquem cada vez mais modernos.

Quero dedicar esse post exclusivamente a uma pessoa. Não vou dizer seu nome, pois com certeza ao ler esse texto ela saberá que se trata dela. E é isso o que me importa. Um grande abraço a todos!

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