TÍTULOS NÃO TÊM SIDO O MEU FORTE ULTIMAMENTE

Por mais difícil que seja de enxergar, estar no fundo do poço tem pelo menos uma coisa positiva: não tem como piorar disso. Sendo assim, a única direção que resta é subir. Isso, é claro, requer um esforço medonho, levando-se em conta de que hoje é segunda, que todos estão comentando o que eu fiz no fim-de-semana, que falar sobre a minha vida é o hobby de meia-dúzia de desocupados e otras cocitas más. Não obstante, por outro lado, essa semana é mais curta, já que sexta é feriado. Sendo assim, quinta-feira soará como sexta, o que faz a segunda soar como terça. Pensando assim, até que dá para esboçar um sorriso.
Pois é, para quem passou o fim-de-semana comigo, tenho a dizer que adiei a minha idéia, ainda que eu a ache a mais correta. Só que hoje, quando fui levar um documento em outra sala, li uma frase que me fez pensar de outra maneira. "Tu te tornas eternamente responsável pelas pessoas que cativas". Naquele momento, lembrei das poucas, mas sinceras pessoas que esforçaram-se para me manterem forte. Pessoas que emprestaram a sua força para aliviarem a minha fraqueza. Gurias a quem eu amo demais, e que sei que são as pessoas mais importantes da minha vida. Enquanto dizem por aí que as amizades masculinas são as mais importantes, vejo-me com raríssimos amigos sinceros, que acham um tempinho para lembrarem-se de mim. Enquanto isso, minhas amigas pensam o tempo todo no meu bem-estar, e movem mundos e fundos para que isso aconteça.
Apontar para os meus erros é fácil demais. Identificar minhas falhas, ora bolas, isso até os guaipecas da rua conseguem, já que alguns até correm atrás de mim. Agora, parar para escutar meus desabafos, oferecer o ombro para que eu possa chorar, isso muito poucos fazem. Grande coisa se minha vida afetiva está toda torta. Aquele que nunca pecou, que atire a primeira pedra. Prefiro errar por gostar de beijar na boca, do que viver eternamente frustrado por nunca saber o gostinho de um beijo bem dado. Ademais, isso, mais cedo ou mais tarde, se resolverá, partindo-se do pressuposto que 80% da população adolescente não sabe o que quer amorosamente aos 19 anos da vida. Não sou eu que serei a exceção. E tem outra: quem fica apontando o dedo para os outros, acaba com a ponta dele cheia de verrugas, diz a crendice popular.

A vida é como a Semana Santa. Todos te aclamam com ramos quando se está por cima, quando se entra na cidade montado no burrinho. Ou seja, quando a gente serve, é tratado como rei. Entretanto, basta um traidor para que todos os que te aclamaram mudarem de idéia, apoiando a crucificação. Nessa hora, só quem fica ao pé da cruz mesmo é a mãe da gente, umas duas Marias Madalenas e escassos apóstolos, pois até mesmo os discípulos mais fiéis negam te conhecer nessa hora. Jesus viveu em uma semana o que a gente passa a vida vivendo e fazendo para os outros.
Só que quem crucifica a gente na sexta-feira não conta com a nossa ressurreição no domingo. Ah, essa é a melhor parte. Pode até ser que eu desfaleça, mas podem crer que, três dias depois, lá estarei eu, firme e forte, ressucitado. E vai ser nessa hora que vou tratar de esmagar quem quis me ver pelas costas (ora bolas, não sou Jesus para perdoar os pecados dos outros e ascender aos céus).

Nesse início de Semana Santa, peço encarecidamente a quem deseja me crucificar que enfie seus dedos verruguentos lá naquele lugarzinho, que não irei citar em respeito às damas que acessam esse blog, enfiem a violinha no saco e vão viver as suas vidas. Ficar comentando o que o Antônio fez ou deixou de fazer nas festas que foi, só vai encher a boca de todos os linguarudos de sapinhos.

Até a próxima!

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