TURBULÊNCIA

O avião sobrevoava a vista maravilhosa, o céu era de um azul inexplicável e o sol brilhava como ouro. De repente, nuvens. Surgiram aos montes, pretas, grossas, maciças e tenebrosas. O piloto, confiante no seu talento, decidiu enfrentá-las como fizera em todas as outras situações parecidas, e o avião adentrou a tempestade.
É exatamente assim que estou me sentindo. Tudo estava maravilhoso, perfeito, até essas nuvens aparecerem. Inclusive eu me surpreendo em conseguir achar palavras para explicar essa situação, pois não consigo dizer mais nada a respeito. Daqui para frente, até o final do texto, serão desabafos desconexos e contraditórios, reflexos da minha falta de entendimento a respeito do que se passa.
Cheguei num ponto em que não sei o que quero, ou o que devo fazer. Talvez o erro esteja em eu pensar demais e me preocupar demais com as pessoas envolvidas, sufocando até mesmo a minha própria vontade em certos momentos. Talvez. Tudo é talvez nesse momento. Certeza, que é bom, neca de pitibiribas.
Ouço xingões e reprimendas das minhas melhores amigas, conselhos de todos os lados, mas não consigo colocar as idéias em ordem, não encontro maneira de pôr os pensamentos em seus devidos lugares. Eles chegam aos borbotões, sem aviso prévio, sem como nem porquê.
O mais interessante é o meu humor, que permanece inalterado. Não pirei, não fiquei triste, mal consegui chorar. Apenas fiquei mais pensativo e um pouco confuso. É difícil saber que a felicidade ou tristeza de uma pessoa está em suas mãos. Mais complicado ainda, é saber que o futuro de alguém será decidido a partir de uma atitude minha.
Tudo o que eu construí em termos de pensamento, de ordem mental e afetiva, foi por água abaixo em apenas dois dias. Antes eu vislumbrava metas, tinha tudo estabilizado e calmo, como uma mansa lagoa. De repente tudo mudou, virou um mar revolto, e eu lá, de canoa e sem remo no meio das ondas. Idéia daqui, opinião dali, pressão de baixo, de cima, dos lados, leste, oeste, norte, sul, barba, cabelo e bigode.
Escrevi pouco e não tenho mais a dizer, mesmo tendo muito a pensar e decidir. Conforme diz o título, acredito que seja apenas uma pequena turbulência, que vá passar depressa. Enquanto isso, resta apenas branquear os cabelos e tomar uma decisão o mais rápido possível, para conseguir deixar as pessoas envolvidas seguirem suas vidas. Sumir por uns tempos é uma alternativa, mas ainda é cedo para afirmar qualquer coisa. Ainda bem que amanhã eu trabalho, o que garantirá minha noite de sono...

Um abraço a todos!

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