O NONO DOM

Todos sabem, ou pelo menos os católicos (ou pelo menos os mais praticantes), que os dons do Espírito Santo são sete. Listá-los agora eu não posso, já que não lembro de todos. Mas são sete (se alguém quiser listá-los no comentário, será uma luz para o texto), isso é o que importa.
O oitavo eu aprendi com nosso amigo e co-fundador do blog, o Léo. O dom da bobice. Todos fazemos uso desse dom, sendo que algumas pessoas exageram. Depois de algumas constatações e experiências desagradáveis, ele instituiu a bobice como o oitavo dom.
Pois bem, eis que eu descobri o nono, também após refletir a respeito de alguns fatos ocorridos. É o dom do não-entendimento. Quem conhece os sete primeiros, dirá: "Espera aí, mas e o dom do entendimento?" Pois bem, eu respondo. Acredito nele, mas penso que Deus quer que também não entendamos certas coisas, para o nosso próprio bem.
Para viver sem paranóias, sem depressões e maiores tristezas, devo conformar-me com certas situações que outrora tanto me aborreceram. Inclusive continuarão a aborrecer, mas o sentimento de conformação é necessário. Não explicitarei todos, para evitar maiores especulações a meu respeito, mas posso discorrer a respeito de alguns, e a despeito do que pensarão os outros.
Eis que escuto e leio diversas vezes depoimentos de amizade, de amor, de companheirismo. Mas não vejo. Cegueira? Astigmatismo? Hipermetropia? Miopia? Não, falta de tempo. Distância. Nessa hora, eu, que prezo tanto um abraço apertado, um simples sorriso ou uma boa companhia, preciso exercitar o nono dom, para não entender como essa situação perdura. Apesar que a falta de tempo nem é tanta assim, pois sempre dá pra ir uma festinha, mas deixa pra lá.
Trabalhar em algo que não se gosta, apenas pelo dinheiro? Pra quê tudo isso? É melhor não entender, e sim continuar fazendo. Isso, é claro, até saturar, atingir um limite. Daí, serão outros quinhentos.
Viver longe do lugar que mais se ama, do seu paraíso pessoal, do trabalho perfeito, da vida perfeita. Como isso é possível? Eis que o não-entendimento me ilumina, fazendo com que eu permaneça nessa vidinha "mais-ou-menos".

Vou ficar por aqui mesmo.

Eu sei, meus textos estão curtos ultimamente. Por quê? Prefiro não entender...

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