SEM TÍTULO DEFINIDO

Confesso que o meu desejo era ter inspiração para viver escrevendo crônicas e textos humorísticos, como o último. Entretanto, até a minha veia cômica enfraqueceu nos últimos tempos, o que me faz ter de escrever a respeito de momentos que vivencio, para não deixar o blog abandonado.
Ainda assim, é angustiante não ter nada de, digamos, produtivo para escrever. Algo que o amigo leitor leia e possa acrescentar ao seu dia-a-dia, e não apenas ler, fechar a janela e estamos conversados. Mas, nem tudo é conforme o nosso desejo.
Sendo assim, o texto fica curto, insosso e indigesto.
Acho chata essa situação, de ter de parar ao final de cada frase, para pensar no que escrever na próxima. (...)
Pra não dizer que não tenho novidades, pelo menos o fim-de-semana foi movimentado e divertido. Constatei, mais uma vez, que preciso aprender a dançar o chamamé rapidamente. Caso contrário, terei de me retirar do salão todas as vezes que ele tocar, para não dar vexame, como, por sinal, aconteceu no sábado. Cada vez que iniciava um chamamé, lá ia o Antônio saindo de fininho. Se alguém souber de um curso, ou tiver disponibilidade e paciência para ensinar este ignorante, avise.
Algumas árduas decisões também foram obrigatoriamente tomadas, para evitar maiores estresses posteriormente. É engraçado observar o comportamento das pessoas diante de certas situações. Nessas horas, a memória curta é o ingrediente principal para evitar maiores dores. Se é assim, vou dançar conforme a música (quem sabe nesta, eu me saia melhor do que com o chamamé).
Mesmo ciente de que boa parcela de culpa cabe a mim, vou permanecer firme e convicto, deixando que cada um divirta-se como achar melhor. Procurarei a minha diversão, ainda que ela cause um grande revés, que é a distância de pessoas queridas, porém não tenho culpa de ter um gosto diferente.
O que eu sei é que em São Chico eu não pareço pensar diferente de todos. Bem pelo contrário. Lá, gostar de música gaudéria é uma qualidade cultural, e não um bicho de sete cabeças. Lá, as moças flutuam enquanto dançam. Aqui, com exceção de uma minoria, elas parecem um pedaço de couro velho, que se arrasta pelo chão. Isso me lembrou uma célebre frase: "A César, o que é de César". Ou seja, se é de gurias que saibam dançar que eu preciso, vou procurá-las no lugar certo, ao invés de insistir em atividades inúteis para o meu gosto, que eu realizava apenas para me enturmar com a galera.
Essa atitude, pelo menos nesse fim-de-semana, mostrou que é a mais correta, já que, enquanto eu ia ao meu baile, aqueles que nunca saíam comigo foram divertir-se também com aquilo que gostam. Noves fora, cada um pro seu lado. Eu no meu baile, rindo à toa e sendo feliz como poucas vezes fui, o que, para o resto, é de uma breguice total, programa de caipira, de cidadezinha do interior. Os outros, dançando ao som de, bem, é difícil descrever, já que a banda não me cativa nem um pouco, tanto pelas letras fraquíssimas, quanto pelas músicas parecerem todas iguais. Não vou me arriscar a dizer o que penso de verdade, pois quero preservar o direito de cada um gostar do que quiser. Enfim, na minha opinião, uma banda-chuchu, sem gosto algum.
O que eu quero dizer é que as preferências culturais irão, daqui para frente, sobrepor alguns sentimentos e relações, fazendo permanecerem apenas as mais fortes e sólidas
Ao encerrar este texto, fico feliz em saber de pelo menos uma coisa: ainda que poucas, existem pessoas que me entendem, bem do jeito que eu sou. E isso é o que importa (além, é claro, de aprender o chamamé o mais rápido possível).

Um abraço!

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