MANHÊ, ME LIMPA!

Por motivos de força maior, acabei deixando meu texto sobre o Dia das Mães para hoje. Acredito que, mesmo tendo passado, é uma data que acaba por nos acompanhar diariamente, a partir do momento em que a convivência com nossas mães é diária.
Poderia eu filosofar a respeito de "mãe é isso, é aquela que faz aquilo" e patati-patatá. Não. Prefiro apenas contar como foi nosso domingo aqui em casa e falar um pouco sobre a minha mãe, sobre minha relação com ela.
Pela primeira vez em quase 20 anos, consegui comprar um presente com meu próprio dinheiro para minha mãe. Nem tanto pelo presente material em si, mas sim pelo fato de mostrar a ela que o exercício da maternidade dela está resultando em filhos que buscam sua independência sem esquecer dos laços que ela estabeleceu durante nossas vidas.
Depois de entregar o presente e abraçá-la, resolvi assar um churrasco para ela. Comprei a carne, o carvão e me botei naquele assado. Fazia tempo que não tínhamos um domingo assim, chimarrão, churrasco, aquela fumaceira gostosa...Mais do que homenagear minha mãe, senti o clima familiar florescer na nossa casa, comigo tendo uma postura muito mais adulta, mas ao mesmo tempo daquele filho coruja que gosta de ver sua mãe à vontade.
Minha relação com minha mãe sempre foi de extrema cumplicidade e muito, muito diálogo. Tudo a gente conversa, tudo um pede opinião pro outro. Sabem como é, sou o mais velho, meu pai saiu muito cedo de casa, o que fez com que ela dividisse praticamente todos os sentimentos dela comigo. É claro que não é uma relação perfeita...Por exemplo, não consigo ficar o tempo todo abraçando-a, beijando-a, ou dizendo que a amo. Sinceramente, fiz isso poucas vezes até hoje com palavras. Ainda assim, penso que demonstrei muitas vezes o quanto a amo através da minha obediência e responsabilidade como filho. Mesmo que algumas pessoas digam que não sou maduro, que não quero crescer, minha mãe pensa exatamente o contrário. Para ela, sou um cara super responsável, que luta e muito pelos seus objetivos. E, mesmo que alguns insignificantes seres contestem isso, sinto o amadurecimento cada dia mais presente na minha vida, tanto que consegui livrar-me de atividades que estavam obstruindo meu crescimento.
Desde que me conheço por gente, descrevo minha mãe como uma guerreira, batalhadora. É uma heroína. Dedicada a nós, seus filhos, sempre acha o jeito certo de resolver os problemas. Há quem diga que todas as mães são assim, mas eu não acredito. É preciso diferenciar a genitora da mãe. Vemos por aí mulheres "dando cria" ao Deus dará, e as crianças que se virem.
Minha mãe não. Perto dela, por mais que eu tenha meus 19 anos, ainda me sinto um menino. Encaro o mundo com toda a coragem que ela me ensinou a ter, vou para longe dela sem o menor problema. Agora, quando estou perto dela, aí eu sei que estou completamente seguro.
Deve ser por isso que a gente procura uma namorada que seja parecida com a mãe da gente (assim como as gurias procuram namorados parecidos com o pai). Dedicada, amorosa e responsável. Se eu conseguir essa façanha, tenho certeza de que, pela parte de minha esposa, terei uma família perfeita. Caberá só a mim fazer o que meu pai não conseguiu, ou seja, corresponder à altura.
Pobre de quem não é mãe...Não tem a dádiva de ser homenageada por seu filho. Uma vida frustrada, sem brilho, voltada apenas para o próprio e enorme nariz, ao mesmo tempo em que desconta seus recalques nos outros, através de lições de moral (de cueca) hostis e infelizes. A mulher que não é mãe é visivelmente frígida, sem a menor sensibilidade feminina, sem o menor tato para lidar com seres humanos. Salvo raras exceções, a mulher que não é mãe torna-se uma pessoa falsamente querida, falsamente feliz. Sendo assim, é claro que sobrará para os pobres viventes ao seu redor sofrerem com a personalidade amarga de uma pessoa sem laços maternais, com o eterno ar seco da madrasta. Aquela que, por mais que tente, nunca conseguirá ser suave feito uma pétala de rosa, tal são nossas mães. Será, no máximo, uma folha seca, ou um árido espinho.
Que Deus abençoe a minha, a sua, as nossas mães, e dê essa oportunidade ímpar a muitas e muitas mulheres especiais. Sim, porque para ser mãe de verdade, só sendo mesmo uma mulher muuuuito especial.

Um beijo especial para a minha mãe!

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