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Às vezes eu ligo o computador e fico olhando pra tela, só pensando em que escrever.Não que os assuntos estejam em falta, mas é que nem sempre o que está no meu pensamento me cativa. Gosto de assuntos que façam os dedos quase que escreverem sozinhos, interessantes a ponto de eu não precisar parar para pensar na próxima frase (como agora, por exemplo).
A vida no campo dá bons textos, mas uso a coerência e sei que nem todo mundo quer acessar um blog pra ler sobre como é estar no meio do mato. O fato de eu gostar disso não implica a obrigação dos outros também gostarem.
Foi aí que, nessa "busca pelo assunto perfeito", comecei a refletir a respeito da diferença que há entre quando eu escrevia em Novo Hamburgo e escrever agora de São Chico. Fico lembrando da avidez com a qual eu produzia textos embasados em verdadeiras lamúrias sentimentais, alicerçados nas dificuldades imensas que eu tinha de aceitar os percalços que a vida me impunha. Todo o meu pessimismo era motivo de desabafo no blog, enchia linhas e mais linhas com tamanha facilidade, que eu nem percebia.
É, acabei ficando mal acostumado. Falava tanto dos problemas, dos sentimentos ruins que tinha, que agora existe essa, digamos, resistência em reformular a maneira de escrever para a fase atual, regada de bons momentos e mente liberta das chorumelas.
Sim, talvez seja isso, um desconhecimento de como expressar essa boa fase, de como falar de um cotidiano estável, sem preocupações, sem coração dilacerado, anti-depressivo e bucólico.
Se formos fazer uma análise mais fria, a gente acaba se dando conta de que, na maioria das vezes, agimos assim (permita-se, caro leitor, discordar de mim se achar necessário), tendo facilidade de "vomitar" os problemas em cima dos outros, dividir as dores, criando uma membrana que impede-nos de multiplicarmos as alegrias, os bons momentos. Vai dizer que, quando a fase é boa, não chega uma hora em que o assunto acaba? Daí fica um mexendo no copo, o outro olha pras paredes, até que alguém inventa uma besteira pra continuar a conversa. Agora, se o assunto é problema, meu Deus! Horas e horas de lamentações, uma incessante busca pela solução, até que chega a hora de ir embora e o assunto ainda não terminou. Se isso for só comigo, melhor. É sinal de que só eu preciso aprender a escrever/falar sobre a boa fase.
Nada preocupante, é só uma questão de olhar a vida por outro ângulo. Dizem que, "quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza", não é? Pois, então, estou todo lambuzado (sem malícias, por favor. Tá, eu admito, ficou chato). A prova disso é que, até nesse texto, que visa trazer à discussão a maneira como expressamos os sentimentos, eu acabei falando dessa "dificuldade" em escrever sobre a boa fase.Uma "boa" dificuldade, se assim me é permitido colocar.
De qualquer forma, nasceu o texto, ou seja, consegui o que queria. E assim vou pegando o embalo.

Abração!

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