PASSEIO NO JARDIM

Escrevo de Novo Hamburgo. Tendo diminuído o serviço em São Chico, pedi uma folguinha para meu avô, que foi atendida com sucesso. Não é porque fui morar no meio do mato, que vou ficar lá entocado feito tatu. E, após chegar aqui novamente, percebi o quanto é importante passear um pouco.
É bom perceber o brilho no olhar das pessoas que consideram a minha amizade com verossimilhança. Conversando com meus amigos, percebo o quão sólidos são os laços que criei com todas essas pessoas especiais. Gente que compartilha felicidade, que reparte sentimentos, que abre as portas da sua vida e diz "entre".
Melhor ainda é escutar a primeira pergunta da maioria: "Como tu tá?" Enxergar esse tipo de preocupação mostra que viver vale a pena. Deixa claro o quanto é preciso que eu venha para cá de vez em quando, para que os laços sejam sempre fortalecidos pelo contato.
Andei dizendo em outro texto que, hoje em dia, só não se comunica quem não quer, o que considero verdade. Entretanto, nada substitui o velho e bom abraço amigo e sincero, acompanhado de um "bom te ver".
Uma amizade é como uma árvore, ou qualquer outra plantação; precisa de cultivo, de cuidado. Necessita que estejamos de olho, regando sempre que necessário e evitando pragas. Tenho orgulho de dizer que, no quintal da minha vida, há árvores de raízes grossas, com sombra esparsa e folhas bem verdes, que sempre dão frutos. Aquelas que secaram, tiveram lá seus motivos. Pode ter sido água demais da minha parte, ou de menos, mas o mais provável é que a raiz tenha sido envenenada.
Com os amigos, um passeio de poucos dias fica com a agenda lotada. Mesmo que não sejam muitos, sempre tento dedicar um bom tempo para pôr os papos em dia e matar um pouco da saudade.
Aliás, vir para cá me fez perceber o quanto a distância me ensinou a lidar com a saudade dos amigos, da mãe, da minha casa. Graças a Deus, avancei um pouquinho em maturidade, já estava na hora.
Agradeço muito pelos amigos que também dedicam um pouco do seu tempo a mim quando eu venho, e que me mantêm como árvore em seus quintais, cultivando sempre uma boa amizade. Nossas vidas nada mais são, do que um simples jardim. Enfeitá-lo, porém, é que depende do esmero de cada um. Tanto pode se plantar árvores e flores, como deixar o brejo e os espinhos tomarem conta. (Bah, lembrei agora da parábola do semeador...que momento!)

Grande abraço!

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