PEDRA QUE MUITO ROLA NÃO CRIA LIMO

É quase uma gestação longe daqui. Aproximadamente oito meses. Meu Deus, quanta coisa aconteceu nesses últimos tempos. Dois empregos, dois carros, um ostracismo que me afastou de praticamente todos os amigos, um fotolog, outro blog criado e pouco tocado adiante, mais um blog sobre futebol, que também não deu certo, fechamento do meu Orkut, abertura de uma nova conta no Orkut...ufa! Isso pra falar apenas da vida de internauta...
De repente, um estalo: e o velho e saudoso blog "mas que momento"? Ainda existe? Hosanas ao provedor Terra, que ainda mantém este blog intacto, mais empoeirado que baú de solteirona. Tentei efetuar login, porém errei a senha na primeira tentativa; na segunda, bingo! E cá estou eu novamente redigindo palavras a esmo no espaço que me confortou por mais de um ano...
Eu não sou o maior fã de Raul Seixas, mas uma frase dele encaixa-se perfeitamente na minha vida: "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Trazida para o gauchismo, Teixeirinha também dizia que "pedra que muito rola não cria limo". E, bah, é incrível como é constante a minha mudança de pensamentos, de metas, de projetos. No que tange aos valores e dogmas, até que sou bastante conservador, mas na prática, meu amigo...só vendo pra crer.
Dessa vez eu não vou divulgar, não vou avisar a ninguém que estou escrevendo aqui. Sinceramente, não acredito que alguém ainda seja tão saudosista quanto eu para acessar este blog depois de tantos meses desativado. Portanto, estou apenas escrevendo, escrevendo para mim mesmo, para alimentar o meu desejo e o meu saudosismo dos bons e maus bocados pelos quais passei enquanto escrevia textos que viravam conversas de bar e temas de críticas e discussões no meu círculo de relações, hoje um tanto diminuto.
Às vezes, tudo o que eu quero é isso mesmo: um cantinho só meu, para divagar a respeito do nada, do incerto, dos meus próprios devaneios. Imaginar o que seria, o que será, o que não foi. Jogar meus dedos no teclado e escrever apenas o que o cérebro recebe de recados do coração, ou vice-versa.
Eu quero o simples, o descomplicado. Poder passear em terrenos onde um e um são dois, e não tentar quebrar a cabeça para provar algo diferente disso. Não quero buscar a felicidade, mas apenas conseguir uma forma de viver a que eu já possuo, sem maiores sobressaltos. Quando nenhum ombro mais serve para o desabafo, nada como um bom e velho amigo virtual, disponível todas as horas e sem comentários a tecer a respeito...

1 comentário:

  1. Antônio, sempre ouço de meus pais algums "ditos" e hoje ouvi este da pedra e do limo, e me pus a pensar sobre pedra que muito rola não cria limo,ai minhas idéias voaram e cheguei a uma conclusão, nào muito positiva para os meus pais. Pedra que muito rola não cria limo, mas afinal de contas para que serve o limo mesmo ?
    O limo enfeia, se é que existe esta palavra, o limo até fede e te estagna, te tranca, te trava e te condena ao Status Quo. Pedra que muito rola não cria limo, mas é polida, é trabalhada, se tira as arestas e com um pouquinho de sorte pode virar um adorno bonito num aquário e que, sabe ser comparado à pedra de esquina que com certeza não criou limo, mas foi útil.... afinal de contas que utilidade tem mesmo o limo ??

    Ps. também tenho um blog que esta meio esquecido depois que retornei ao Brasil e já devo ter uns 8 artigos começados e não terminados e esta do limo me deu mais um que espero terminar.
    http://www.acoisaprincipal.blogspot.com/ fique a vontade para ler e comentar.

    fique na paz...aquela que excede todo entendimento.

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