PERIPÉCIAS CERVEJEIRAS

Tem que haver uma explicação plausível que explique o que faz um homem consumir cerveja alucinadamente, mesmo não tendo sede, pelo puro e simples ato de beber.
Junte um grupo de cinco, seis homens e coloque uma caixa com 12 litros de leite no meio deles. Por mais sede que eles tenham, cada um tomará a quantidade suficiente para saciar a sua necessidade, conversarão um pouco e logo se retirarão do recinto.
Agora vislumbre a situação trocando a caixa de leite por duas caixas de cerveja. Se os caras forem bons de copo, podem não ter a mínima sede, mas só sairão dali (sabe-se lá de que jeito) quando a última garrafa for finalizada.
Por isso que eu digo, alguma coisa mágica a cerveja deve conter, além do álcool, é claro. Algum ingrediente secreto, fatal atrativo das papilas gustativas, que a razão humana desconhece.
Tanto que, mesmo acordando no outro dia num estado lamentável, o fato tornará a repetir-se assim que surgir novamente a primeira oportunidade.
Quando eu falo de situação lamentável, leia-se cambalear, ficar com a língua dormenta, suar mesmo sem estar calor, sentir-se enjoado só de lembrar do cheiro da cerveja, sofrer com flatulências altamente mal-cheirosas (e constantes) e a velha, impertinente, sagaz, maléfica e estridente cefaléia, vulgo dor-de-cabeça.
Pois bem, cá estou, numa ressaca arrebatadora, mais atirado do que alpargata em cancha de bocha, desfrutando da companhia de uma singela caneca de chá de boldo, enfrentando bravamente esta sexta-feira, com uma inexplicável vontade de gritar silenciosamente contra essa sensação tenebrosa.
Quinta-feira passada eu enchi os canecos, despertando inclusive a surpresa dos amigos do meu pai, conhecido por sua fama esponjosa em absorver cerveja. Cheguei em casa cambaleante, porém dormi bem e no outro dia estava em condições de encarar a jornada de trabalho.
Eis que ontem o fato repetiu-se, porém, com a ausência do churrasco, fator determinante para eu sobreviver na semana passada. Para suprir a ausência da carne, mais cerveja, o que me fez chegar em casa mais tarde e completamente ébrio. Pelo menos minha mãe me perguntou hoje o que eu fazia caído no chão do banheiro às cinco da manhã, fato que eu, sinceramente, não recordo, já que a última coisa que eu lembro foi de desmaiar na cama quando cheguei, isso aproximadamente uma da manhã.
Agora aqui estou, um pouco melhor graças ao chá de boldo e ao sono do meio-dia, que me salvou de passar uma tarde nefasta, como foi a manhã. Já consigo até escrever! =]
É por isso que eu digo, caros amigos, não se deixem levar pela aparência sedutora da cerveja (argh! só de escrever essa palavra já me repugna), pois ela é traiçoeira no dia seguinte. Só não digo "nunca mais bebo", porque semana que vem tem a semi-final do campeonato do meu pai, e esse jogo eu não perco por nada...

1 comentário:

  1. Nossa cara, é bom saber que eu não sou a única, enchi os canecos ontem, argh, cerveja nunca mais....
    quem me dera!!!
    abraços

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