SACUDINDO A POEIRA

Eu não canso de repetir que 2006 foi um ano ruim. É claro que, do ponto de vista de aprendizados, até que serviu bastante, já que o que não mata faz forte. Mesmo assim, foram muitas dores-de-cabeça, estresses, distâncias e barcas furadas.
Foi por isso que, ao vislumbrar o término daquele ano funesto, botei na cachola que 2007 seria um ano pra dar a volta por cima. Tracei algumas metas, firmei o pensamento positivo, resgatei a fé no Patrão Velho e toquei ficha.
A partir disso, entro no assunto de hoje, que mexe com auto-estima e marketing pessoal. Aliás, quando falo nesse último, frizo ainda mais as relações mais próximas, principalmente as amizades.
Vejo muita gente se queixando (e admito que passei muito tempo nesse barco) da falta de companheiros, solidão, de não sentir-se querido por ninguém, de não ter com quem contar nas horas difíceis. Claro, não dá pra abrir o cérebro do vivente e enfiar as coisas lá dentro, mas também é preciso aceitar que é cada um que vende o seu peixe e recebe exatamente aquilo que está dando para os outros.
Foi justamente nesse ponto que resolvi mudar, distorcendo um pouco o jargão que diz que "quem não chora, não mama". Às vezes quem chora demais acaba ficando pra trás. Nem todo mundo tem paciência e tempo disponíveis para acudir quem se faz de vítima. A bem da verdade, vamos concordar que nem temos tanta coisa assim pra chorar, e sim essa velha mania de achar que nada pode estar perfeito, inventando espinhos pra colocar nos pés.
Nós temos saúde, temos comida, temos água, roupa limpa, lazer, estudo, educação, oportunidades, enfim, uma série de fatores que, por mais que custe acreditar, muita gente vive sem. O mais interessante é que muita gente que não tem essas coisas que citei usa isso como combustível para lutar ainda mais. Até porque, se todo mundo fosse chorar a cada tombo que caísse, tava resolvido o problema da água no Planeta.
Mas, bem, não quero desviar o foco para questões sócio-políticas (ou político-sociais, sei lá). Insisto na questão de mostrar-se interessante aos outros. Quer ver um sorriso no rosto de alguém? Provoque-o, não fique somente esperando que alguém vá sorrir gratuitamente, pois as chances disso acontecer sem um empurrãozinho diminuem por motivos óbvios: qualquer relacionamento requer uma troca.
Você dá um abraço e, ao mesmo tempo, abre uma brecha para que a pessoa sinta vontade de abraçá-lo mais adiante. Dá um telefonema, manda uma carta, faz um elogio, e acaba conquistando a confiança de alguém, a ponto de despertar a vontade de retribuir gestos tão carinhosos. Eu prefiro ser criticado por abraçar demais, do que esquecido por não fazer.
E todas essas coisas que citei só saem perfeitas quando se adquire uma característica: o amor próprio. Pra quê se chamar de feio, de gordo, de burro? Pra chamar a atenção dos outros? Não é muito mais fácil ser visto por ser bonito e inteligente?
E nem pensem em beleza física, amiguinhos, porque tem muita gente linda por aí menosprezando a sua beleza interior, muito mais importante que qualquer rostinho alinhado. Enquanto isso, os que acreditam no seu potencial se destacam e começam a empilhar gente querida, provocando o "coitadismo" em quem não acredita em si mesmo.
É por isso que 2007 tem sido tão proveitoso na minha vida, pois eu resolvi voltar a gostar de mim, valorizar minhas qualidades, partilhá-las com os amigos antigos e tratar de conquistar novos. E, confesso, tem sido muitos mais fácil de receber elogios assim, do que ficar chorando pelos cantos pra alguém se compadecer da minha pseudo-dor.
Como diz aquela música, "já é hora de acordar, pois o dia começou pra nós, já é tempo de cantar".
Eu não quero ficar pra semente. E você?

Antes que alguém diga alguma coisa, hoje o texto não é direcionado a ninguém, ok? Chega de paranóias. =D

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