FRÍVOLO

Definitivamente, eu não me acerto com o frio, já cheguei a essa conclusão. Pelo menos não com esse da cidade. Lá na fazenda faz bem mais frio, mas, sei lá, existe mais calor humano, ou do fogão à lenha quem sabe.
Agora, aqui em Novo Hamburgo, o inverno é funesto. Dois dias usando casaco, e lá se foi o meu humor. Inverno me lembra vacas magras, macega seca, boi com fome, além de gripe, resfriado, febre, dor no corpo, dor-de-garganta, mãos geladas, nariz escorrendo e roupas, muitas roupas. Odeio parecer um pingüim, nem me mexer direito eu consigo. E isso que ainda é só o início do frio...
Além de tudo isso, hoje, especialmente, não é um dia bom. Nunca pensei que diria isso sobre uma sexta-feira, mas é a dura realidade. Estava demorando para um dia ruim aparecer, mas uma hora a fonte seca, é inevitável. Ainda prefiro culpar o frio de fora por ter me deixado frio também por dentro.
Antônio e sua velha mania de criar expectativas. Otimismo demais não presta. Quanto maior a escada, maior é o tombo. Alegria de pobre dura pouco. Quando a esmola é muita, o santo desconfia. E por aí vai, ditados populares não me faltam. Preciso botar na minha cabeça que nem todo mundo é lépido e faceiro para certas coisas. Ou então, tome-lhe frio nos cornos.
Lendo minha lista de domingo, o único texto que faltou foi o remember da alegria. Que ironia. Se tem algum sentimento sobre o qual eu não estou apto para escrever no momento, é esse.
Ultimamente, quando tenho algum dia triste, eu tento tirar alguma lição dele, para pelo menos não deixá-lo passar em branco. A de hoje me parece bem simples: cavalo de borracho sabe onde o bolicho dá sombra. Não vou explicar, apenas tentar absorver.
Pra não passar o fim-de-semana inerte e amorfo, vou para a fazenda. Garantia de recuperação na segunda-feira, principalmente se eu não entrar na internet. Mas, como eu sei que não vou conseguir me privar do vício, cabe entregar à própria sorte. Vale a pena correr o risco.
Esses dias um amigo contava uma história, e ilustrou-a dizendo que "fulana é daquelas pessoas que pensa que a vida é um morango". De fato, a vida não é um morango: e essa é a segunda lição dessa sexta-feira. Sim, de mau-humor eu fico extremamente evasivo, enigmático e subliminar. E burro, por que não dizer.

Bom descanso a todos.

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