PREGUIÇA POÉTICA

Ah, ócio!
Me crias bócio.
Queria a última flor do lácio.
Mas eu não posso.
Que fracasso.

Cansado, compenetrado, esturricado.
Aliterações pernetas,
digitadas no teclado
que substitui a caneta.

Queria escrever um texto
com êxito
por isso a Deus eu peço
sem sucesso
inspiração...ah, não!

Hoje eu aprendi o que é insofismável.
Li, reli, não compreendi
E apelei pro dicionário.
Bendito gênio indomável (indelével?)
Quando achei, eu ri
do significado ordinário.

"Que não se pode sofismar"
nada a mais, nada a menos
que momento!
e nem pude reclamar, blaterar, es-bra-ve-jar!
a pulmões, borbotões plenos
da minha ignorância ao relento.

As palavras são como as mulheres
para amá-las, é preciso conhecê-las
diga-me que não queres tê-las?

Rima torta, pseudo-eloqüente
absorta e disforme
- e como se não bastasse -
interrompida pela labuta
vítima de um autor insolente
que, ao invés de criar, dorme
- mas também acorda com classe -
e, não pouco, da vida desfruta.

Basta de toleimas,
biltre evasivo,
pode-se dizer que é, sim.
Não importam os problemas
quando se continua vivo.
Bela sacada para chegar ao fim.

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