QUANDO O BAÚ TAMBÉM É INSPIRAÇÃO

Começar um blog sempre é complicado. Passada a empolgação inicial, os assuntos começam a ficar escassos, os textos repetitivos e, no fim, acaba lendo só quem gosta mesmo das suas palavras (no caso, minhas).
Por outro lado, quando o blog já possui uma certa caminhada e, mais importante ainda, arquivos, tudo pode ficar mais fácil. O que não deixa de ser o caso deste espaço, já com seus dois aninhos de idade e vááários textos no ano de 2005. A maioria, diga-se de passagem, um verdadeiro muro das lamentações, já que 2005 foi um ano carregado de dramaticidade para este que vos escreve.
Maaaaaaas, não estou aqui para fazer uma retrospectiva 2005, apenas fiz referência a isso para iniciar o texto de hoje.
Pois bem, retornando ao fio da meada. Sempre que eu fico sem inspiração, eu releio meus textos publicados. Fico fuçando nos arquivos, lendo comentários antigos, tentando lembrar de como eu me sentia ao redigir aquelas palavras e, de mansinho, a mente começa a borbulhar. Sim, com o tempo desenvolvi alguns macetes para obter inspiração.
Lembrei que na Semana Santa de abril de 2005 eu estava com uma boa produção textual, claro que naquele contexto nefasto e melancólico, mas estava. E lá me fui abrir o baú empoeirado.
Bah, dois anos são uma caminhada e tanto. Lendo toda aquela choradeira, fiquei pensando nas pessoas que me agüentavam (algumas até hoje ao meu lado) e considerei heróica aquela árdua tarefa de aturar aquele monte de blaterações tristonhas.
Depois de tanta coisa, posso dizer que hoje eu enfrento melhor os estresses que se apresentam na minha vida. Ao invés de ficar abatido e depressivo, agora eu fico brabo, mas dificilmente expresso isso perdendo a calma. Essa indignação acaba sendo positiva, já que me ajuda a reagir com mais firmeza e altivez diante dos percalços que, igual ao ano de 2005, continuam aparecendo.
É aquela história da pedrinha, né. Um problema é como uma pequena pedra que seguramos à mão. Se a colocarmos na frente do olho, ela tirará toda a visão periférica e só a enxergaremos em nossa frente. Se a segurarmos na mão à distância de um braço, ainda será uma pedra em nossa mão. Contudo, se a atirarmos na rua, junto com todas as outras pedras, ela será só mais uma dentre tantas. Simples, mas às vezes difícil de praticar...
Eu sei que tem gente que ainda duvida, pessoas com quem perdi a credibilidade e que custam a acreditar que eu possa ter mudado. A única coisa que eu posso fazer para mudar isso é seguir o meu caminho da maneira que considero correta, pois o que importa mesmo é que hoje eu consigo me olhar no espelho sem sentir pena do semblante que vejo. Consigo puxar o ar lá do fundo do pulmão, estufar o peito e sentir orgulho de ser quem eu sou, tendo consciência dos pontos que ainda tenho a melhorar, mas, o mais importante, confiando na minha capacidade de recuperação.
Se isso é viver a felicidade, hosanas, eu estou conseguindo. E se não for, creio que estou bem perto. =D

Um viva aos textos velhos! \o/

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