COMEÇOU A ERA GLACIAL

Os primeiros dias frios sempre são dolorosos, a não ser para quem gosta de congelar as extremidades do corpo. Acostumados com o calor do verão, qualquer 10 graus parece uma nevasca. Daqui a um mês, essa mesma temperatura será bem agradável.
Aliás, me parece uma analogia interessante. Quando as mudanças são muito abruptas, demoramos para nos adaptar. Mentes diferentes, jeitos bem distintos de agir, de expor os sentimentos, às vezes bate um frio...
Aos poucos, estou aprendendo a ter paciência, algo bastante trabalhoso para mim. Essa facilidade de externar os sentimentos, de me apegar às pessoas, tudo isso me tornou um cara imediatista, gosto de ver resultado nas coisas, perceber que está dando certo.
Agora, ao invés de pensar que o problema está nos outros, que demoram a confiar, prefiro acreditar que sou eu quem confia rápido demais. Também, com tanta gente vindo me falar isso, uma hora a ficha teria que cair.
Confesso que não é a situação mais confortável do mundo, mas, quando se está à beira do abismo, recuar um passo é o maior sinal de avanço. Entrego-me à frieza do inverno que se aproxima, e aguardo algum tipo de sinal, para saber a hora certa de fazer as coisas.
Não gosto da palavra "coisa", considero vaga, evasiva. Contudo, devido às circunstâncias, preciso utilizá-la. Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas. Isso também faz parte do processo de auto-preservação.
Bom, resta esperar. Em dias de paciência pacifista, feito hoje, até vai numa boa. Brabo mesmo são os dias de ansiedade e indignação...Mas daí eu recorro à Ana, e ela me salva. =D Com esse frio, é impossível suar as mãos. Pelo menos isso. Mas digitar é um problema. E meu nariz parece um cubo de gelo. Estou encarangado, e nem sei se essa palavra existe, meus avós é que dizem. Se não existe, mesmo assim, é a melhor definição para a minha sensação térmica do momento.

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