VEXATÓRIO, MAS ATENUANTE

Sabem aquela sensação de quem toma um porre homérico e acorda no outro dia com a cabeça latejando? Aquele gosto enferrujado de cerveja que não sai, uma sensação fétida pelo corpo todo e a promessa de "nunca mais eu faço isso"? Pois bem, é assim mesmo que estou me sentindo, e olha que eu nem bebi ontem. Vergonha, muita vergonha.
Mas, merdas acontecem. Tenho ciência de que é o preço que pago pela minha impulsividade. Agora, com o "modo bloco de gelo" ligado, quero crer que isso não vá acontecer tão cedo. Também não posso fazer terra arrasada em virtude de um erro bobo. Paguei de otário, tudo bem, mas que pelo menos fique a lição.
Nessas horas, minha maior vontade é fugir lá pra fazenda. A cada foto que eu olho, bate aquele sentimento de "se eu estivesse lá, nada disso estaria acontecendo". Que saudade do meu cachorro, do cheiro do campo, de andar a cavalo e pensar na vida. É, mas agora é preciso também aceitar essa limitação, pelo menos por mais uns quatro ou cinco anos.
Meu lugar por enquanto é aqui, sejam quais forem as dificuldades a serem enfrentadas e as cabeçadas a serem dadas. O que não mata, faz forte. Por via das dúvidas, afastem os objetos cortantes, hehehe, brincadeirinha.
O que me consola é que não sou um cara indiferente. Valorizo cada passo dado, as experiências vividas, tento tirar algum proveito até mesmo das situações que fazem com que eu me sinta ridículo. Nada me decepciona mais do que uma pessoa indiferente, e como observo isso.
É aquela história, será que tudo o que acontece não significa nada? Conforme-se, homem, para alguns não significa mesmo. E daí bate mais vergonha ainda. Por que diabos eu escrevi tudo aquilo? Onde eu estava com a cabeça quando acreditei que haveria uma recíproca?
Ah, antes que especulem e tirem conclusões precipitadas, eu não estou falando no sentido carnal e amoroso, ok? É sobre amizades mesmo. Fosse em outra situação eu não explicaria, mas já tem gente pensando muitas coisas infundadas sobre o que escrevo neste espaço, o que não deixa de ser um preço pago por publicar meus textos. Vá lá.
Continuando, foi uma marretada na cabeça, acompanhada da lição: não espere um sorriso de quem não te passou certeza que vai dá-lo. Não espere um olhar de quem desvia os olhos da tua pessoa. E, principalmente, não espere iniciativa de gesto algum, ou estará fadado à frustrar-se.
Ocorre-me, inclusive, o pensamento de que essas coisas devem ser espontâneas, não é? O fator surpresa ajuda no encantamento, característica que eu gosto de conservar quando conheço alguém e, conseqüentemente, me faz tomar naquele lugarzinho constantemente. Meu avô sempre diz: "fazer o bem, sem olhar a quem". Quem sabe, se eu pensar assim, não torne tudo mais fácil. Sem criar expectativas, porém preservando minha maneira de ser. Não posso querer que as pessoas ajam da mesma forma que eu. E é por isso que eu gosto de escrever, pois as idéias brotam aos poucos, e no fim das contas acabo conseguindo algumas respostas. Sem esquecer, porém, de um detalhe importante no momento: o status do modo bloco de gelo.

0 comentários:

Postar um comentário

<< >>