NÃO TÁ MORTO QUEM PELEIA

As reflexões chegam nas horas menos esperadas. Ontem, mesmo perplexo com a derrota que o Grêmio sofreu, não desacreditei um minuto sequer da capacidade de reação que o time pode ter dentro do Olímpico na próxima quarta-feira.
Sigo confiante, sabedor das dificuldades e de que realmente o quadro ficou complicado, mas longe de ser impossível de reverter. Há uma música que diz o seguinte:

"O gaúcho desde piá vai aprendendo
A ser valente, não ter medo, ter coragem.
Em manotaços do tempo e em bochinchos
Retempera e moldura sua imagem.

Não podemo se entrega pros home
De jeito nenhum, amigo e companheiro.
Não tá morto que luta, quem peleia.
Pois lutar é a marca do campeiro...
"

A partir disso, parei e pensei: acredito em algo tão surreal, que é o futebol, num time que é muito mais uma paixão desvairada, do que qualquer outra coisa, mas ao mesmo tempo sou tão descrente em certos aspectos da minha vida...
Se um resultado de 3 a 0 contra pode ser revertido, por que tantas vezes jogo a toalha frente a um simples empate?
A vida nos faz contraditórios, ou pelo menos posso falar de mim. Essa crença no tricolor me mostra que devo confiar em todos os momentos, e não canalizar essa segurança somente na hora do esporte, algo que está tão longe de ser palpável e de algum proveito na minha caminhada.
Muitas vezes deixo as pessoas saírem da minha vida com tanta facilidade, desanimo de amizades, desacredito dos sentimentos que, daqui a pouco, poderiam também ser "revertidos", caso eu tivesse uma maior persistência.
Alguém consegue explicar isso? Como que se deposita esperanças num time tão distante, mas se permite que companheiros de uma vida escapem por entre os dedos como grãos de areia?
Isso tudo remete à fé que cada um possui e, dentro desse contexto, duas frases bem conhecidas aparecem de maneira muito nítida à minha frente. A primeira é a que diz que "a fé move montanhas". Acreditar sempre é o primeiro passo para alcançar o sucesso, mesmo que o Grêmio não seja campeão na semana que vem, ainda assim, na vida, a crença de que pode dar certo é sempre o algo a mais da situação.
O contraponto é a segunda frase: "a fé sem obras é morta". É aquela história de ficar deitado com a boca aberta, esperando a chuva cair pra matar a sede. É claro que, no contexto futebolístico, nada posso fazer senão acreditar no meu time. Contudo, quando há ao nosso alcance qualquer coisa que possa ser feita, não podemos nos omitir, o que normalmente (e infelizmente) acontece na maioria das vezes. Crer é algo tão subjetivo e tão mágico, o tão falado "mistério da fé", que por si só a mente humana encanta. Vamos ver se, depois dessa chapuletada que o Boca deu no Grêmio, essa crença no título me mostre que também tenho condições de acreditar em outras situações bem mais próximas da minha realidade.

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