ANDANDO NAS NUVENS

Não sei quanto a você, mas eu sou um cara que acredita e luta pelos sentimentos verdadeiros. E, dentro disso, posso dizer que é muito fácil ganhar a minha confiança. Nunca fiz o gênero desconfiado, que demora para se entregar, até bem pelo contrário, faço isso rápido demais.
Quando alguém demonstra boa vontade comigo, então, nossa, é bater e valer. Esse tipo de postura já me trouxe algumas boas dores-de-cabeça, mas nem se compara com as tantas amizades que já nasceram dessa forma.
É como se eu cultivasse aquele espírito de criança, sabe? Quando chega um amigo novo, eu deslumbro. Até porque, é uma oportunidade que a vida te dá de cativar mais uma pessoa no mundo, partindo exatamente do que eu sou hoje, ou seja, usando os sentimentos mais atuais que povoam a minha alma.
Pois ontem eis que Deus resolveu me aprontar uma dessas. É engraçado, mas de onde menos se espera, ali é que surpreende. Sabe quando você conversa com uma pessoa e, mesmo sem te conhecer direito, ela te diz tudo o que você precisava escutar? Comigo foi bem assim.
Era apenas mais uma segunda-feira abominável, mas bastaram algumas palavras de incentivo e uma conversa animada para que o sorriso voltasse ao meu rosto. É como se surgisse um novo horizonte, uma luz no fim de um túnel que está há tanto tempo no escuro.
Eu acredito na sinceridade das pessoas e procuro me alegrar com isso. Em poucos instantes, voltei a sonhar, a imaginar coisas boas na minha vida, a pensar em maneiras de melhorar, resgatar algumas outras que estão perdidas pelo caminho. Quase que o modo bloco de gelo derrete. Eu disse "quase".
Não que eu permaneça esse iceberg que criei no últimos dias, inclusive acredito que nem deixo isso transparecer tanto nos meus escritos, mas, me conhecendo como eu me conheço, é melhor dar um passo de cada vez. Uma boa amizade sempre será bem-vinda, mas não posso querer resolver todos os meus anseios às custas disso.
Só folgo em saber que a alegria ainda está perto de mim, que outras pessoas ainda conseguem enxergar bons sentimentos nessa minha cara de quiabo azedo. Faz bem para a auto-estima, dá vida própria ao meu ego, que nesse momento passa um café para nós dois.
Ah, por favor, não vá pensar que estou apaixonado, hein? Dei uma lida no que escrevi até agora, e vi que deixei transparecer essa impressão. Não, não é nada disso. Foi apenas uma alma caridosa que jogou meu astral um pouco pra cima, uma, hã, como direi, anja-da-guarda por um dia. É, é isso.
A razão sobrepuja tanto meus pensamentos, que parece que estou no céu num momento desses, mas não é. O céu é que resolveu olhar pra mim, pelo menos ontem. Sorrir a troco de nada é bom de vez em quando, faz bem para os dentes.
Se vai continuar, não sei, não é o que importa agora. Pra ficar feliz, não precisa de explicação, só precisa de motivo. E, pelo menos ontem, eu tive um.

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