"É QUE EU QUERO EVITAR A FADIGA"

Alguém aí já cansou de si mesmo alguma vez na vida? Não, não é de suicídio que eu estou falando, é um cansaço diferente, uma espécie de enjôo, saturação.
Faz tempo que não escrevo um texto nesses moldes, já que de uns tempos pra cá venho abolindo as melancolias, mas esse vale pelo tom explicativo do rumo que os próximos capítulos podem tomar.
Há alguns dias, semanas, que eu ando saturado de mim mesmo, desse jeito de escrever, dessa "espremeção" diária de cérebro e conseqüente texto publicado. Normalmente, acaba saindo alguma coisa, mas não me satisfaz da mesma forma. Digamos que, de dez posts escritos, eu gosto mesmo só de três. Em contrapartida, mesmo diante da repulsa pelo que escrevo, me satisfaz postar, atualizar, interagir. Uma bulimia literária, quem sabe.
Não, eu não me odeio. Bem pelo contrário, me acho a coisinha mais fofinha do mundo. Até demais. Meu ego está forte, viçoso, lépido e faceiro, saltitando por uma savana a céu aberto, cheia de flores amarelas e ao som do trinar dos canários belgas. Tá certo que eu podia ter um rostinho melhor lapidado, mas nada que um bom chalalá não compense, já que argumentos não me faltam.
A "qüestã", como diria o saudoso Brizola, é que eu temo perder a identidade, e por isso vou dar uma suave puxada no freio de mão. Pra começar, um limpa nos links, permanecendo apenas os amigos e os merecedores, já que a perdição começou por ali. Querendo ou não, o cara se deslumbra em saber que pode ter mais gente lendo e comentando. Tento me segurar, mas o ego pratica luta greco-romana, judô e karatê, e me venceu por ippon em 5 segundos.
Ausentar-me-ei também de muitos comentários, fazendo-os somente quando considerar realmente necessário, mas permanecerei lendo os blogs amigos, como, por sinal, já venho fazendo gradativamente. Muita gente diz isso em relação ao meu blog, e é verdade, às vezes não há o que comentar sobre determinado assunto. Blaterar por blaterar, não mais. Quero deixar as palavras fluírem novamente, como jorram as águas dos chafarizes do condado de Nothinggam, a leste da Áustria.
Tudo isso para resgatar a empolgação, o ímpeto de perceber as letrinhas pulsando nas falanges, como agora, por exemplo. É assim que eu gosto de escrever, com leveza, com uma objetividade subjetiva, sem me preocupar com a previsão do que pode acontecer. Tornar públicas aqueles fatos e reflexões que, pelo menos para mim, são dignos do jargão "que momento". Frase que, por sinal, repito ao reler mais este humilde escrito que por aqui se encerra.

Gracias. ^^

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