SUINICULTURA

Já tinha todo o assunto de hoje prontinho na cachola, era só escrever e postar. Daí, fui dar um pulinho no banheiro e eis que me deparo com um senhor saindo apressado, sorrindo. Pensei, "mas que momento, se aliviou o tiozinho". Quando entro no recinto, já percebi que boiava aquela espuma, e que a coloração da água do vaso estava diferente. O danado não puxou a descarga.
Senti um misto de indignação, asco e tristeza, ao mesmo tempo em que visualizava a urina do porcalhão descendo água abaixo. A vontade que me deu foi de buscar o biltre pelo cangote, enfiar a cabeça dele no meio daquele mijo e avisar, calmamente: "não tá esquecendo nada, tio?"
Fui obrigado a mudar o rumo do post e protestar aqui contra essa prática abominável do ser humano, que é o dom da não-higiene. Naturalmente, não se pode generalizar, há muita gente que não cultiva esses hábitos lamentáveis, mas, infelizmente, uma densa camada da sociedade não tem a civilização de respeitar o nariz alheio.
Banheiro público é um caos. Nada pode ser pior do que estar com a bexiga apertada (nem vou falar em desarranjos intestinais) e, ao conseguir finalmente usar a patente, deparar-se com aquele bracinho da Alcione boiando e sorrindo, como quem canta "garoto, maroto, traveeeesso"...
Por que, meu Deus, eu me pergunto, por que causa, motivo, razão ou circunstância as pessoas não puxam a descarga? É tara pelo cheiro dos excrementos? Incapacidade psicológica de puxar uma simples cordinha, apertar um singelo botão? Sinceramente, penso que a resposta disso só pode ser porquice mesmo, nem de falta de respeito dá pra chamar.
E daí eu já chuto o pau da barraca mesmo. Querem que os políticos sejam honestos, que trabalhem pra melhorar o país, mas daí o colega cidadão tem que contemplar a obra de arte que sai dos seus intestinos. Querem que o centroavante do seu time acerte os gols no campeonato brasileiro, mas não são capazes de mirar o Jubilôncio no vaso, regando o banheiro por completo. Ora, vão chutar aipim na roça!
Sim, eu sou nojento. Eu não consigo fazer minhas necessidades fisiológicas enquanto o sanitário não estiver em condições apropriadas de uso.
Isso sem falar nos malfeitores que têm a cara-de-pau de não lavar as mãos após passarem aquele fax pro presidente. Se a situação do país tá uma merda, começa pelo cheiro das mãos dessa gente suína que comete essa barbaridade anti-higiênica. Aqui na empresa, eu não aperto a mão de ninguém sem antes verificar se o vivente esteve no banheiro, e trato de lavá-las o quanto antes, que micróbio não se perde na curva, pra lombriga não precisa de convite especial.
Gostaria de saber das mulheres como que é a situação do lado de lá, porque a ala masculina, vou dizer pra vocês, é complicada. Se água já tem sido artigo de luxo, o que dizer então de sabonete, né. Valha-me São José...

Bom fim-de-semana, que, por sinal, não teve "música que momento". Domingo eu posto.

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