É amanhã

Último dia tendo 21 anos de idade. A passagem dos dezenove para os vinte é mais emblemática, pois envolve aquela mística da mudança de dezena no numeral, etc e tal. Mas, depois disso, fica tudo mais tranqüilo e o cara acostuma.
Parei para pensar em tudo o que aconteceu desde o dia 26 de setembro de 2006, e constatei que, sem dúvida, foi o ano que mais aproximou-se da perfeição até agora. Uma mescla de saudosismo com balanço do ano povoaram minha mente e gerou um relatório interessante de fatos, pessoas, sentimentos e todo o resto que passou comigo nos últimos doze meses.
Pra não ficar citando tudo tintim por tintim, tarefa esta que pertence ao textos exclusivamente destinados aos característicos balanços, prefiro abordar o assunto de maneira mais abrangente e reflexiva.
Posso dizer, sem medo de errar, que meus vinte e um anos marcaram pelo exercício da humildade na minha vida. Finalmente consegui parar, refletir meus atos, reconhecer meus erros, reconhecer-me como humano e falho e, finalmente, exercitar atitudes de perdão na minha jornada. Antes disso, a teimosia ainda imperava na minha personalidade e ser dono da verdade era quase que um troféu que eu, ignorantemente, insistia em ostentar.
Sinto-me mais leve com tudo isso. Talvez as mudanças mais sintomáticas que tenham ocorrido nesse tempo não tenham sido tão externadas, e pode parecer que ainda continuo sendo o mesmo Antônio de sempre. De fato, devo concordar que procurei não anunciar, soando trombetas, que alguns conceitos foram revistos e melhorados.
Não penso que devamos mudar para os outros, mas sim para nós mesmos. Afinal de contas, quando melhoramos nossos pensamentos, eles refletem-se em nossos atos, que naturalmente envolvem quem nos rodeia, ou seja, de um jeito, ou de outro, a vida das pessoas conseqüentemente melhorará.
Ontem li um texto no blog da Kari Mendonça, onde fui convocado a escrever sobre meus medos, algo que farei com maior profundidade nos próximos dias, mas cabe também aqui um parágrafo a respeito. Vejo que livrei-me de muitos dos meus temores, tornei-me mais seguro, menos egoísta e, paulatinamente, uma pessoa mais, digamos, coletiva.
Quando se quer a atenção de todos a todo momento, não pode-se chamar a isto de ser sociável, erro que eu cometia sem perceber. Isso é, no mínimo, "umbigolatria", termo de fácil compreensão de todos, acredito. Com o tempo, percebi que a vida é como o mar, com seus dias mansos, outros turbulentos, porém em constante movimento. E, aqueles que a maré talvez leve para longe agora, quem sabe voltarão após navegarem em outras águas.
Medos e preocupações impedem-nos de enxergar o óbvio, o simples. É como querer subir uma escada direto pelo topo, sem experimentar a sensação de galgar um degrau por vez. Ou como querer construir uma casa começando pela pintura, esquecendo-se dos alicerces, estrutura e tudo o que vem antes. Mas, sobre isso eu continuo outro dia.
Meu aniversário é amanhã, e finalmente consigo, com consciência, exercer uma auto-análise e constatar uma melhora significativa. Aceitar as limitações, mas não conformar-se com elas. Reconhecer as necessidades e aproveitar cada momento em sua essência. Ser uma pessoa do bem não significa ser bom e perfeito 24 horas por dia, algo que até considero humanamente impossível. Contudo, quanto mais atitudes que semeiem o bem, o alto-astral e o pensamento positivo, maior será o retorno e a multiplicação de tudo isso. Seja na mais árdua, ou na mais corriqueira das ações, cada momento merece uma atenção especial, de modo a despertar a sensibilidade nas pessoas, algo que, quando falta, acaba queimando tantas etapas importantes em nosso auto-desenvolvimento.
Amanhã eu completo mais um ano de vida, e estou feliz por concluir que ele não passou em vão. Feliz, por conseguir aproveitar os momentos de felicidade que me são proporcionados, ao invés de vislumbrar um futuro inalcançável, se o presente não for vivido com intensidade.
Amanhã começa uma nova etapa na minha jornada, e estou em paz comigo mesmo. Graças a Deus.

0 comentários:

Postar um comentário

<< >>