Meu momento!

Dois patinhos na lagoa. É cafona, mas é a verdade. Enfim, chegou o dia do meu aniversário. Há tempo que eu venho pensando no que escrever hoje, em como abordar um dia tão especial e, ao mesmo tempo, transmitir algo de bom a quem lerá. Agora, pela manhã mesmo, formulava belas frases para aqui publicar. Contudo, não havia papel e caneta por perto, e esqueci a maioria.
Bem, mas sobre o quê escrever eu sei. Já que é o meu dia, falarei sobre mim, sobre o que penso que sou, como me vejo. Um breve (ou nem tanto assim) auto-retrato, até mesmo para fins de arquivo.
Das qualidades: são muitas. E talvez a primeira delas seja a auto-estima elevada. Sou um cara que se gosta, se aceita e aproveita a vida que Deus lhe deu. Comunicativo, extrovertido, piadista, não são raros os momentos em que roubo a cena com minhas interpretações e trejeitos artísticos. É, sou um cara desinibido, que não tem vergonha de ver e ser visto.
Conselheiro, se eu vendesse todos os pitacos que dou na vida dos meus amigos, ficaria rico. Entretanto, penso que é a maneira mais efetiva de contribuir para o crescimento do outro, além do que, muitas vezes conseguimos enxergar o que o outro, no meio da escuridão, não consegue.
Eu tenho “timming”. Gosto dessa qualidade. Não basta dizer que sou inteligente. Isso, meus amigos, todo mundo é, pois todos temos cérebro e capacidade de raciocínio. Entretanto, não adianta ter um carro na garagem e continuar andando a pé. E eu falto com a modéstia quando afirmo que, na maioria das vezes, consigo dizer as palavras certas na hora certa. Não me acho mais do que ninguém por isso, mas me orgulho de ser assim.
Sou carinhoso e fiel a quem amo. Pode parecer corriqueiro, mas não é. Muita gente bloqueia seus sentimentos e não consegue sequer abraçar seus entes queridos. E fidelidade, bem, essa varia seu conceito de pessoa para pessoa, mas eu costumo assumir como compromisso os elogios que faço, já que os exemplos são imensamente mais concretos do que as palavras ditas.
Eu elogio, falo mesmo. Minha avó diz que eu tenho o dom da oratória. Falo em público, em particular, enfim, o importante é articular as palavras e externar o que se sente.
Sou sincero (e isso entrará nos defeitos também), honesto e simples. Tá, são qualidades padrão, mas eu considero que possuo essas qualidades também. Avesso a materialismos e modismos, não me importo nem um pouco com o que vestir, calçar, etc. Pode ser um defeito também, mas eu gosto de ser assim.
Pra finalizar, sou calmo e empático. Tranqüilo, dificilmente saio do sério, tento me controlar ao máximo e evitar rugas. É aí que a empatia entra, pois procuro na maioria das vezes me colocar no lugar do outro numa determinada situação que me irrita, além de respirar fundo e me conscientizar de que, seja gritando, ou em tom de voz normal, as palavras são as mesmas.
Olha, deve ter faltado bastante coisa, porque eu realmente me amo muito. Mas, já temos um esboço do meu “lado bom”, digamos assim. Vamos em frente, senão isso aqui fica pior do que a história de Narciso.
Dos defeitos: é, ninguém é perfeito, nem mesmo eu. Vaidade é um dos meus pecados capitais. Não que isso me faça arrogante, mas eu admito que exagero. É que, quando adolescente, eu me achava um patinho feio, a pior pessoa do mundo. Quando resolvi gostar de mim, foi com muita intensidade, e acabei ficando desse jeito.
Outro pecado capital que me acompanha é a preguiça. Deus do céu, como isso me prejudica. Às vezes, deixo de fazer as coisas somente “para evitar a fadiga”. Isso nas tarefas diárias, como arrumar o quarto, ou o guarda-roupa, por exemplo. Mas, sim, é um defeito a corrigir.
Já melhorei bastante, mas ainda faço julgamentos inadequados e desnecessários. Felizmente, já não os externo tanto, mas ainda perco tempo com detalhes idiotas da vida dos outros, fruto de preconceitos que estou tentando ao máximo me livrar, mas isso também não acontece da noite pro dia, então, vai pra lista dos defeitos.
Indeciso e impulsivo. Oh, céus, como isso já me prejudicou. Abrandei bastante, mas ainda está impregnado em mim. Passo horas refletindo e pesando os prós e contras em assuntos simples demais, o que me toma preciosos minutos. Por outro lado, muitas vezes minha irracionalidade fala mais alto, justamente quando era necessário pensar um pouco antes de falar, ou agir.
A acidez também é algo que me acompanha desde os primórdios da minha existência. Some “timming” com impulsividade, e você terá um cara que fala também coisas certas em horas impróprias. Nem sempre é necessário fazer um comentário, principalmente se ele for destrutivo, e nem sempre os outros estão prontos para escutar uma opinião crítica.
Conservador. Estou abrindo a mente aos poucos, mas, é como eu disse, existem certos preconceitos que prejudicam esse desenvolvimento. Pouco ambicioso, penso que deveria almejar certos vôos que me fariam uma pessoa melhor profissionalmente. Ainda não pensei direito nisso, mas está na minha lista de reflexões.
Enfim, não é muito fácil reconhecer as próprias falhas. Tento ao máximo melhorar nestes aspectos e em tantos outros que nem citei, o que não deixa de ser uma qualidade. Erros acontecem e falhas de caráter são frutos do livre arbítrio, que acabam nos conduzindo por caminhos inadequados.
Das características: gaúcho, católico, gremista, fazendeiro, libriano com ascendente em câncer, tenor, primogênito, líder, volante e ala-direito, um caseiro que aprendeu a gostar de sair para fazer festas. Amo minha família e meus amigos, e tenho o orgulho de quase encher duas mãos com amizades verdadeiras. São a minha mais intensa razão de viver. Adoro animais, andar a cavalo, lida campeira, música gaúcha, bailes de CTG e tudo o que envolve a cultura tradicionalista gaúcha.
Na espiritualidade, tenho muita fé em Deus, e atribuo a Ele tudo o que tenho de bom na vida. Respeito todas as outras crenças e manifestações religiosas, desde que sadias, é claro, mas a força maior que nos rege é uma só, e isso é o que importa. Gosto muito de vivenciar a fé e a religião, e afirmo com orgulho meu prazer em assistir à missa, participar de atividades pastorais e solidárias, que melhorem a vida de quem precisa.
Preciso dizer que escrever é uma paixão? Não, né?
Trabalho, não estudo e nem tenho previsão de volta às salas de aula (preguiça + pouca ambição, pelo menos mostra que sou coerente). Moro com minha mãe e meus irmãos, meus pais são separados e tenho a bênção de ter meus quatro avós vivos, lúcidos e com saúde.
Sou rico. Milionário. Mas, não me peça dinheiro emprestado, por dois motivos: primeiro, porque esqueci de botar nos defeitos que sou avarento, pão-duro, sovina, mão-de-vaca e adjacências. E segundo, porque meu tesouro não está impresso em papel-moeda, mas em sentimentos, amizades e pessoas especiais.
Sou muito feliz. Tenho saúde, casa, comida, roupa lavada, salário ao fim do mês e três cachorros.
Vinte e dois anos. Aproveitando o presente ao máximo. Cada momento é único, e não volta mais. Depois que descobri isso, minha vida melhorou cem por cento. Parabéns para mim.

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