Quem tem medo de Lobo Mau?

Questionado pela minha amiga Kari Mendonça a respeito dos meus maiores medos, cá estou para discorrer sobre eles, ainda que eu realmente tenha que me esforçar para identificá-los. Sim, são pouquíssimos, principalmente de uns tempos para cá.
Medo trava, paralisa, impede. Ele nos coloca numa posição de fuga, propõe uma mudança furtiva e protetora. Por outro lado, há quem encare seus receios de peito aberto e os vença, o que por si só descaracteriza o ato de temer.
Não quero aqui falar dos medos que já tive, até porque estão superados, pelo menos por enquanto. Também não vou discutir os anseios alheios, pois cada um reage de uma maneira diferente frente a uma determinada situação. Dessa forma, vamos ao esforço de externar o que realmente me faz tremer a passarinha.
Bom, eu temo os assaltos. Tenho pavor de pensar em ser abordado por alguém armado, ou ver alguém da minha família sob a mira de um revólver. Não que eu seja paranóico, apesar de cuidar por onde ando e os horários em que estou na rua. Mas, não deixa de ser um receio.
Perder meus avós também me assusta. Não que eu não saiba que um dia será o derradeiro deles em nosso convívio, mas temo não estar devidamente preparado para uma situação dessas. Por isso, tento aproveitá-los ao máximo, faço visitas, me coloco o mais presente possível, justamente para não sofrer com qualquer tipo de remorso quando a vida resolver seguir seu curso natural.
Medo da rejeição. O “não” é uma palavra que me desagrada. Mas, aí é que entram os contrapontos dos meus anseios, pois eu os enfrento, de modo a fazê-los perder a força. Dessa maneira, não tenho como afirmar que algo realmente deixa meu cabelo em pé. Mesmo assim, não é legal imaginar que alguém possa recusar meus melhores sentimentos.
Eu interpreto o medo em si como um sentimento relacionado ao futuro. E, como atualmente meus pensamentos são todos voltados para a concretização do agora, do aproveitamento total do que é presente, fica difícil dizer que algo me apavora incontestavelmente. Pra ser bem sincero com vocês, estou com uma dificuldade danada de identificar algo que me assuste de verdade. Não que eu seja “o baita corajoso”, daqueles gaúchos velhos que não comem o mel, mas mascam a abelha, enfim, apenas não dou tanta importância a qualquer tipo de temor.
Bem, há os morcegos. Ratos com asas, por Deus do céu! Ontem, um desses bichos asquerosos deu um rasante bem à minha frente, o que quase me jogou ao chão. Bah, uma mordida dessas praguinhas pode trazer várias complicações para a saúde, não tem como ficar indiferente.
Quero-quero é outro bicho que eu respeito. É uma mistura de ódio e receio, sei lá. Talvez eu não goste deles justamente pelo fato de uma ave nanica me aterrorizar tanto. Mas, fala sério, aquelas agulhinhas vermelhas na ponta das asas são uma calamidade. E se numa dessas eu tomar um ferrão daqueles no pescoço? Xô, miséria!
Sapos, argh! Não adianta, aquele medo infantil de levar um jato de urina anfíbia nos olhos e ficar cego ainda me persegue. Quando eu vejo um comedor de mosquitos procuro passar longe, pois sempre tenho a impressão de que ele está olhando pra mim e ameaçando: “um passo em falso, e eu te mijo na cara!”
Ah, lembrei de outra coisa: espíritos. É extremamente desconfortável imaginar que pode aparecer um finado indivíduo na minha frente e trazer um recado do além. E o pior é que, às vezes, quando estou sozinho, parece que passam vultos à minha volta, o que me faz rezar com fervor para que Deus afaste de mim quem já partiu dessa pra uma melhor.
Como vocês podem perceber, são todos medos bobos e infantis. Fora isso, as situações mais difíceis da vida me soam muito mais como desafios, do que propriamente um fator apavorante. Deus está comigo e, se Ele coloca situações complicadas na minha jornada, é porque tenho condições de enfrentá-las e sair vencedor. Quem não deve, não teme. Eu até devo, não nego, mas pago quando puder. Mas, isso já se refere às prestações do meu celular, e também não me assusta nem um pouquinho.

Bem, é minha vez de perguntar: Jader e Marina, quais são os seus medos?

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