TOMA LÁ, DÁ CÁ

Rufem os tambores! Toquem as trobetas! Fechem os portões do castelo! Protejam-se em seus abrigos subterrâneos! Uma operadora de telemarketing conseguiu me segurar na linha por extraordinários dez minutos. E não é só isso! Ela me CONVENCEU a fazer um título de capitalização do meu banco! É o fim dos tempos! É o Apocalipse! Definitivamente, eu mudei.



Bom, deixando essa novidade que eu realmente precisava partilhar com vocês, gostaria de refletir em algumas palavras sobre reciprocidade de sentimentos. Sobre telemarketing e o asco que me causa receber uma ligação desse tipo, eu discorro em outro texto.
Dois mil e sete, definitivamente, é um ano que ficará marcado na história da minha vida. Vocês ainda lerão frases parecidas com essa até o dia 31 de dezembro. Contudo, o retorno positivo que venho obtendo nas minhas relações pessoais é um dos fatores que merece efusivo destaque, haja visto que, se vasculharmos os empoeirados arquivos deste espaço, constataremos que a celeuma já foi grande em torno desse tema.
Todo sentimento que exerce a bilateralidade numa relação tende a crescer com mais força. Um amor, ou uma amizade, ou os dois, não podem atingir a plenitude quando apenas uma das partes os cultiva. Dentro do respeito à personalidade de cada um, é necessário que haja uma relação de troca para que exista avanço palpável dentro de qualquer sentimento.
É como diz aquele ditado, "quando um não quer, dois não brigam". Isso vale também para rancores, namoros, amizades e qualquer situação que envolva a disposição de duas pessoas em sentir.
Pode ser que eu cobrasse demais dos outros, exigisse que me dessem algo que estava além de seu alcance, não se pode descartar tal hipótese. O fato é que eu custava a perceber o efetivo retorno, enxergar que era realmente importante na vida de alguém. Os elogios pareciam meras obrigações, apenas uma esmola frente a todo o esmero que eu tinha para com as pessoas que gostava.
No entanto, tudo mudou. Eis que uma reviravolta aconteceu estratosfericamente, quase que invertendo o cenário e me colocando na posição de elogiado da vez. Nunca havia me sentido tão importante na vida de tantas pessoas, tampouco tinha ouvido tantas apologias à minha pessoa, minha personalidade e meu modo de ser. Mais do que valorizar o que digo, ou sinto, noto que sou, sim, humildemente indispensável para alguns amigos e que outros traçam o mesmo caminho em relação a mim.
Foi mais do que um salto de qualidade. Foi uma bóia atirada ao mar, um bote salva-vidas, que me tirou da escuridão e trouxe novamente a luz para meus dias. Agora me preocupa mais administrar o tempo para dar atenção para tanta gente, do que propriamente procurá-los, já que estamos sempre tão perto, tão cúmplices, desejosos cada vez mais de fazer a amizade florescer sempre.
É por isso que eu vivo dizendo que não podemos nos fechar, que desliguei o bloco de gelo tão rápido, pois não consigo sentir nada pela metade, sou assim mesmo, intenso, dedicado, disposto a construir, e não omitir.
Verbalizar os sentimentos é muito importante, ninguém pode adivinhar o que se passa em nossos corações. As chances de algo dar certo em qualquer relação aumentam consideravelmente quando conversamos a respeito. Sempre fui a favor do diálogo, da comunicação e seguirei defendendo a solução de todos os percalços através de uma boa conversa.
Cerveja também ajuda a confraternizar, mas não entremos no mérito agora, apesar de nunca ter visto pessoas bebendo leite alegremente numa mesa de bar.
Bom, encerrando, não canso de agradecer às pessoas que me oportunizaram essa proveitosa mudança. Os nomes são muitos, graças a Deus hoje tenho amigos queridos em muitos ambientes, e a grande maioria já escutou de mim mesmo palavras bastante parecidas com as desse texto.
Às vezes, ser feliz é mais fácil do que parece. Nós é que complicamos as coisas. É hora de desatar os nós.


Um abraço!

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