Parada estratégica

Hora de retomar os trabalhos “quemomentistas”. Propositalmente, resolvi ficar alguns dias sem escrever. Aliás, nem tão de propósito assim. Entretanto, quando percebi que os assuntos não se firmavam em meu cérebro a ponto de conseguir desenvolver algo que preste, percebi que era hora de descansar um pouco.
Confesso que ainda não retomei a mesma empolgação que outrora fazia meus dedos parecerem filhos do Flash, tamanho o ímpeto com que assuntos e reflexões diversas brotavam da minha imaginação. Contudo, escrever sobre uma espécie de recesso também pode dar algum pano pra manga.
Após uma semana, percebi que eu me cobro bastante em relação a escrever. Justo eu, que vivo aconselhando as pessoas a agir com parcimônia perante os obstáculos, tombei diante de uma comum falta de inspiração. Não chega a me tirar do sério, mas incomoda. É quase um vício. Fazendo uma comparação grotesca, é como ficar alguns dias sem fumar. Chegava perto do meio-dia, e eu não havia postado nada. Dali pra diante, a tarde ficava um tédio, o mau-humor e o desânimo uniam forças e apunhalavam-me impiedosamente.
Comecei a tremer, suar frio, somatizar pensamentos negativos e auto-flagelar minha capacidade criativa. Tudo isso, é claro, sem ganhar nenhum chilique, o que é pior ainda, pois não faz muito bem guardar esse tipo de besteira para si.
Foi então que, paulatinamente, certas pessoas (e pessoas certas) perceberam meu mau momento e, oxalá, vieram as palavras de incentivo, conselhos que eu realmente precisava escutar e a paciência necessária para refletir que, realmente, sou humano, e não uma máquina de escrever.
A partir do momento em que ter que postar todos os dias torna-se um vício, uma obrigação, se perde o sentido lúdico, que sempre foi a idéia inicial e principal de manter um blog. Escrevo por hobby, tão somente. Querer forçar qualquer processo criativo em sentido contrário dessa filosofia apenas resulta em textos de qualidade duvidosa e repetitiva.
Dessa forma, as conclusões as quais cheguei são duas. A primeira é que, a partir de agora, postarei menos, mas de maneira leve e espontânea. É claro que, se houver inspiração diária e assuntos para tanto, não vou me furtar à delícia de conseguir publicar textos todos os dias, mas tudo de maneira que não me pressione a fazê-lo por obrigação.
E, segundo, o mais importante: sempre é bom poder contar com pessoas especiais nas horas difíceis. Sou abençoado por Deus, pois percebo diariamente que semeei a amizade em terrenos férteis, que cultivam o sentimento de companheirismo com toda a entrega possível e mostram que vale a pena ser sincero com quem se ama e doar-se por completo. Agradeço, sem precisar citar os nomes, àqueles que foram pacientes comigo e generosos, elogiando, incentivando e me guiando nesse breve momento de escuridão. Nessas horas, é muito bom ser humano.

Bom fim-de-semana a todos.

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