Sentimentos atemporais

Existem certos momentos que provam a tese de que o tempo nada mais é do que uma criação da humanidade para controlar sua rotina de funcionamento. Hora de acordar, de dormir, de comer, de começar a trabalhar, de descansar, tudo é cronometrado e religiosamente respeitado pelos escravos do relógio: nós.
Contudo, há sentimentos que superam os limites determinados por horas e minutos. Sensações que transcendem o relógio, nos transportando para uma dimensão despreocupada com tudo o que está à volta e que vive unicamente o presente.
Ontem, ao constatar o fim do domingo, percebi quantas coisas havia feito em apenas 48 horas. Lendo hoje uma lista da variedade de lugares pelos quais passei, percebi que o fim-de-semana teve uma duração média de 96 horas, ou até mais. Desrespeitei o relógio e entreguei-me à delícia de viver e sentir. Nada de pensar no que estava por vir, ou parar para analisar o que tinha passado, mas sim usufruir da grandeza daquele instante, explorando-o da maneira mais intensa possível, o que tornou cada minuto uma eternidade gloriosa.
Às vezes, meu colega de trabalho olha para mim e diz uma frase da qual eu gosto muito: “cara, ‘tás’ (sic) apaixonado”. E estou mesmo. Se paixão for uma força positiva que anestesia o coração e o livra de qualquer preocupação terrena, então é exatamente ela que pulsa dentro de mim. Se ela sugar as forças de uma mente que tenta escrever o que sente, se esforça, mas não consegue reverter em palavras suas sensações, então, sim, a danada vestiu a camiseta dos Sem-terra e se apossou do que antes era um latifúndio cardio-improdutivo.
Muitos temem a entrega, o ato de viver cada sentimento em sua totalidade, sem reservas, sem medo do que pode acontecer. Eu não. Mergulho de cabeça, dou o melhor de mim, faço correr nas veias o que de mais puro há na essência de um momento especial. E, por isso, minha vida tem graça, tem cor e tem sentido.
Não vim pra esse mundo para existir, fazer número, ou acumular riquezas mortas. Estou aqui para ser instrumento de felicidade, transformar a vida de quem me rodeia em algo melhor e compartilhar vivências positivas. Então, quando aparece alguém digno do que de mais puro e fraterno tenho a oferecer, não titubeio em viver com intensidade tais sentimentos.
A maior recompensa de quem ama verdadeiramente é receber o sorriso sincero da pessoa a quem se dedica o amor. E, nesse momento, que a tal da modéstia retire-se do recinto, pois sei que provoco esse sorriso com facilidade em pelo menos uma pessoa, cujas provas cabais fizeram-se presentes em dois dias flutuantes.
Só o que eu quero agora é que esse sonho acordado não termine. Romântico? Bobo? Cafona? De coleira? Pouco me importa. Feliz de quem é feliz do seu jeito, sem dar ouvidos às minúcias sem importância que se perdem no vento diariamente. Porque para mim não há mais hora, nem minutos, nem segundos, tampouco dias, ou meses. Há apenas o que vivo, o que sinto e o que sou. Sem delongas, sem demora, apenas sentimento.

Boa semana a todos.

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