Todo dia é dia de Natal

Que Natal é tempo de paz e amor, todos já estamos carecas de saber. E que a mídia se aproveita disso para inserir na sociedade a cultura consumista, atribuindo ao presente uma forma palpável de carinho, é mais gritante ainda. No entanto, também há o lado do nascimento de Cristo, do amor de Deus, e toda aquela conversa que envolve a Bíblia e que, apesar de muito bonito, camufla certos aspectos nem tão lembrados assim no restante do ano.
Numa das músicas das apresentações natalinas do coral, há uma letra que fala: “Todo dia é dia de Natal/ Cada dia é um dia especial”. Pois bem, digamos que essas duas sentenças resumem o que penso a respeito dessa data. Não é do meu feitio chegar aqui e publicar um baita discurso politicamente correto apenas porque é véspera de Natal, para que todos leiam e achem bonitinho. É triste constatar que a demagogia toma conta da maioria dos votos de felicidade, já automatizados por bocas que nem deixam o cérebro refletir sobre aquele “feliz Natal” que está desejando.
Pessoalmente, não considero, mas também não desconsidero o Natal. Como tenho feito com tudo na minha vida nos últimos tempos, tentei encontrar um meio termo para esta data, de modo a não considerá-la o único dia do ano para abraçar a todos, cobrir de presentes e encher a pança de comida, bem como não consigo ficar alheio ao espírito natalino que, de uma forma, ou de outra, está culturalmente inserido na minha vida.
Para mim, Natal é família. É congregação, reunião de pessoas queridas, e principalmente um ambiente de fraternidade, respeito e ponto de partida. O porquê do último item? É simples: já que não conseguimos fugir do tom emblemático que esta data carrega, então que ela seja o início da prática dos bons sentimentos, aliada a um momento de reflexão sobre os aspectos a melhorar em nossas jornadas. Apesar de crer que isso deve ser praticado periodicamente durante o ano, não descarto a ênfase do 25 de dezembro, como forma de ratificar a vontade de ser uma pessoa melhor para o semelhante.
Se eu disser que não comprei nenhum presente, estarei mentindo. Aproveitei, sim, para dar o primeiro presente à minha namorada, não pelo espírito consumista em si, mas porque sabia que, ao entregar, teria à minha frente um sorriso cheio de luz e amor, estes sim, sinais concretos e palpáveis do que o Natal pode representar em nossas vidas.
No entanto, minha avareza e preguiça, pecados capitais que não me abandonam nem durante as festas de fim de ano, e me impedem de cristalizar a santidade que tantos adquirem nessa época, impediram-me de comprar presentes para os outros, prática que, por enquanto, eu dispenso sem dó, nem piedade.
Presente mesmo é estar aqui na casa dos meus avós, junto da minha família, todos com saúde e reunidos após mais um ano que passou. É ver os preparativos para uma ceia farta, enquanto tanta gente conta as moedas para ter o que comer. É perceber que meu guarda-roupa está abarrotado de roupas inúteis, que tirei de lá e pedi à mãe que desse um fim solidário, ao contrário de tantos que sequer têm um cobertor para se protegerem do frio.
Presentes de verdade são meus amigos, os sentimentos que cultivamos durante o ano todo, este namoro abençoado e aprendizado diário que Papai Noel me deu, as risadas, as lágrimas, os obstáculos que superei e me tornaram mais forte. Enfim, meus caros, presente, para mim, é viver com intensidade todos os momentos que me são proporcionados.
Portanto, mais do que vir desejar-lhes um feliz Natal, sinto a necessidade apenas de, em mais um texto, partilhar minha felicidade com quem por aqui passa. Que cada um, em sua crença, em seus ideais, aproveite esta data ao máximo que lhe for oferecido. Se você é consumista, encha seus entes queridos de presentes. Se for religioso, reze com fervor à mesa antes da ceia. Se preferir o ostracismo, o faça com a convicção de que é algo que lhe fará bem, e não uma simples rebeldia anticomemorativa, para não se entregar aos exageros que estes dias imprimem.
Lembremo-nos apenas de que no dia 26 ainda será Natal, e assim, sucessivamente, em todos os outros dias do ano, que virão carentes do nosso empenho em cultivar tudo o que é falado durante esta última semana. Sejamos todos Papais e Mamães Noel, ajudando o bom velhinho a presentear as pessoas com o que temos de melhor, reportando este momento de concentração maior da paz e do amor para todos os outros dias, também merecedores de tamanha dádiva.
Porque, sim, todo dia é dia de Natal. E cada dia é um dia especial.

Feliz Natal a todos.

5 comentários:

  1. Cara, é com muita alegria que compartilho a mesma maneira de pensar que tu.
    Já postei esses dias um texto sobre isso e é tudo verdade...

    Quando eu dou um presente para alguém eu coloco dentro do embrulho, além do presente, um pouco do sentimento que tenho em relação àquela pessoa e que justifique a entrega daquele presente.
    Cara, isso faz toda a diferença... porque se a pessoa for realmente alguém especial para ti, tu pode dar um par de meias ou uma TV de plasma que o sentimento de gratidão será o mesmo, pois não está atrelado ao preço do presente...

    E tu foste um dos meus presentes deste ano. E sabes disso muito bem.
    Um amigo que ganhei e que se tornou meu irmão mais novo, meu conselheiro e meu anjo da guarda.

    Um baita abraço!

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  2. Ah bOas vindas
    Quem diz isso sou eu ou você neste caso?huahuau
    Que bom agora posso comentar mais rápido sem precisar digitar um monte de coisas...huahuahu
    feliz 2008 e blog novo....
    bjus
    :)

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  3. Grande JR! Que Deus dê um 2008 abençoadíssimo e cheio de amor para vc e toda sua família.
    Grd abraço!

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  4. Não, eu não tenho a rebeldia anticomemorativa, mas é que, alguns acontecimentos acabaram me deixando um pouco receosa nessa época. Na verdade, pra mim, é sempre uma época triste, por isso não tenho muito o que comemorar. Quanto ao momento de família, já o tive, já curti essa época em meio a inúmeras pessoas que amava, mas eles foram morrendo, ou indo embora, e sobramos apenas eu e meus pais, e, com eles, eu vivo intensamente todos os dias, e não preciso de uma data pra lhes demonstrar o meu amor.
    Também não gosto de dar presentes, afinal, se quero presentear, faço quando dê vontade.
    E sim, o Natal é todo dia. Demos amar, ajudar, pedir e agradecer todos os dias, pois todos eles são especiais!

    Um beijão pra tu

    PS.: Hoje passei a tarde no shopping com Candy. Foi tãoooo bom!!!

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  5. aiii
    quem me contou que vc tinha mudado de blog foi Kari
    \o/

    nao li nada ainda, nem entendi a mudança O.o

    mas assim que voltar pra casa vou poder ficar mais tempo na net e leio tudiiinhooo
    \o/

    beijooo, branquelinho lindooo
    =****

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